Entre os carros usados disponíveis no mercado brasileiro, o Fiat Uno Mille Way Xingu 1.0 se destaca como uma edição especial com valor simbólico e proposta prática. Lançado em homenagem aos irmãos Villas Bôas e à criação do Parque Nacional do Xingu, o modelo carrega em seu visual elementos que remetem à causa indígena, como adesivos exclusivos nas laterais e na tampa traseira. Mais do que estética, a versão Xingu acrescenta itens de conforto e conveniência às versões Way, como direção hidráulica, ar-condicionado e travas elétricas, o que a torna mais completa que o Mille convencional.
Pontos Principais:
Com motor 1.0 Fire flex de até 75 cavalos e câmbio manual de cinco marchas, o Uno Mille Way Xingu é voltado ao uso urbano, oferecendo boa autonomia e consumo eficiente — até 12,4 km/l com etanol na estrada. Sua suspensão elevada permite enfrentar lombadas e ruas esburacadas com desenvoltura, sem perder a essência simples e robusta que marcou o modelo por décadas. O interior, embora modesto, atende com funcionalidade. A ausência de itens como airbag e freios ABS, no entanto, evidencia as limitações do projeto, exigindo do comprador uma avaliação criteriosa quanto ao perfil de uso.
Na hora da compra, é essencial verificar o estado da suspensão, sinais de ferrugem e o funcionamento de itens elétricos, que costumam apresentar desgaste. Testar a embreagem e procurar por ruídos ao rodar são passos indispensáveis. Embora esteja longe dos padrões atuais de segurança e tecnologia, o Uno Mille Way Xingu cumpre sua proposta de forma honesta: ser um carro econômico, resistente e com certo apelo histórico. Para quem valoriza manutenção simples e baixo custo de uso, essa edição especial pode representar mais que um automóvel — uma homenagem sobre rodas.
O modelo é equipado com motorização de 999 cm³, utilizando o conhecido bloco 1.0 Fire de quatro cilindros em linha, com aspiração natural e comando de válvulas simples no cabeçote, acionado por correia dentada. A alimentação é feita por injeção multiponto, e o motor possui tuchos mecânicos. A disposição do motor é transversal na dianteira, mantendo o padrão dos veículos compactos de tração dianteira.
A potência máxima declarada é de 66 cavalos por litro, com até 65 cv com gasolina e 66 cv com etanol, ambos entregues a 6.000 rpm. O torque máximo é de 9,2 kgfm com etanol e 9,1 kgfm com gasolina, disponível já a 2.500 rpm. A razão de compressão do motor é de 11,65:1, com cilindrada unitária de 250 cm³, diâmetro dos cilindros de 70 mm e curso dos pistões de 64,9 mm.
O desempenho geral é modesto, mas suficiente para a proposta urbana do veículo. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 14,7 segundos, e a velocidade máxima alcança 153 km/h. Com peso total de 840 kg, o modelo apresenta uma relação peso/potência de 12,73 kg por cavalo, o que garante um desempenho compatível com o segmento. O torque específico é de 9,2 kgfm por litro e a relação peso/torque é de 91,3 kg/kgfm.
O modelo apresenta desempenho de consumo voltado à economia, com números que variam conforme o combustível utilizado. Em ambiente urbano, o consumo é de 8,4 km/l com etanol, enquanto na estrada sobe para 9,5 km/l. Com gasolina, os dados são mais expressivos: 12,1 km/l em uso urbano e 13,6 km/l em trajeto rodoviário.
A autonomia também segue esses parâmetros. Abastecido com etanol, o modelo pode rodar até 420 km na cidade e 475 km na estrada. Quando abastecido com gasolina, a autonomia urbana sobe para 605 km, enquanto na estrada alcança 680 km, beneficiando-se do tanque de combustível com capacidade para 50 litros.
Esses dados indicam um bom equilíbrio entre eficiência e autonomia para deslocamentos diários, especialmente em centros urbanos. Apesar do consumo com etanol ser relativamente alto para um 1.0, a autonomia ainda se mantém razoável graças ao tanque amplo e ao baixo peso do veículo.
O interior oferece espaço para até cinco ocupantes e quatro portas para facilitar o acesso. A configuração segue o padrão dos hatches compactos, com posição elevada de condução e comandos simples. O acabamento é funcional, com presença de banco traseiro rebatível, o que permite flexibilidade no uso do porta-malas. A capacidade de carga útil é de 400 kg.
Nos itens de conforto, o modelo oferece ar quente e direção assistida como itens de série. O controle elétrico dos vidros dianteiros também está presente, além de uma tomada 12V e o termômetro do líquido de arrefecimento. O ar-condicionado é disponibilizado apenas como opcional, o mesmo ocorrendo com rodas de liga leve e equipamentos de som como rádio e CD player.
A proposta é claramente voltada ao custo-benefício, mas há limitações. A ausência de direção assistida em algumas versões, o acabamento interno básico e a falta de airbags são pontos que exigem atenção na hora da compra de um exemplar usado. É recomendável verificar a parte elétrica e o estado da tapeçaria, especialmente em unidades com muitos anos de uso.
Com comprimento de 3.693 mm, largura de 1.548 mm e entre-eixos de 2.361 mm, o modelo é compacto e ideal para uso urbano. A altura é de 1.489 mm, e a altura mínima do solo, de 190 mm, garante bom desempenho em vias irregulares. A bitola dianteira é de 1.337 mm e a traseira de 1.357 mm. O porta-malas tem capacidade de 290 litros.
A suspensão dianteira é independente tipo McPherson com molas helicoidais, enquanto a traseira é também independente, porém com feixe de molas semielípticas, o que oferece maior robustez, mas menos conforto. Essa combinação é voltada à durabilidade e manutenção simples.
Nos freios, o modelo utiliza discos sólidos na dianteira e tambores na traseira. A direção é do tipo mecânica, sem assistência, com raio de giro de 10 metros. Os pneus 175/70 R13 são adequados para o porte do carro e possuem altura de flanco de 123 mm. O estepe mantém a mesma medida.
Fonte: Stellantis,