Conheça o novo Mitsubishi Eclipse Cross 2023

Os anos se passam e o mercado de SUVs continua extremamente aquecido não apenas no Brasil como também no mundo. Com a chegada de novos players no mercado, a revitalização de outros e a saída de velhos conhecidos, o mercado para os utilitários vêm se tornando cada dia que passa mais competitivo e procurado pelo público.
Publicado em Carros dia 17/04/2022 por Alan Corrêa

Os anos se passam e o mercado de SUVs continua extremamente aquecido não apenas no Brasil como também no mundo. Com a chegada de novos players no mercado, a revitalização de outros e a saída de velhos conhecidos, o mercado para os utilitários vêm se tornando cada dia que passa mais competitivo e procurado pelo público.

Uma das marcas que mais sofreu com a chegada dos novos concorrentes foi a Mitsubishi, que por mais que seus veículos sejam extremamente confiáveis, possuem altos preços e acabam sendo preteridos pelos concorrentes. Para tentar mudar este cenário, a principal aposta da marca é no Eclipse Cross 2023, que chega repaginado e pronto para enfrentar um dos nichos mais complexos dos SUVs.

Vendas fracas incentivaram mudanças

Quando o Eclipse Cross foi lançado, já começaram as inúmeras polêmicas que o cercam até hoje, começando pelo nome. A volta do nome Eclipse, antigo esportivo da marca, como um SUV desagradou bastante aqueles que tinham esperança de um dia voltar a ver o icônico modelo de volta algum dia.

Como se não bastasse a polêmica do nome, o veículo logo chamou atenção por sua traseira com brake light de um farol até o outro na área envidraçada, ganhando elogios pela ousadia, mas principalmente críticas por não ser muito convencional. Com esta série de polêmicas, o cenário já estava desenhado para o Eclipse Cross.

Assim como os demais carros da marca, seu preço inicial era bastante salgado. Junte isso com o visual criticado e a repulsa pelo nome do veículo, o resultado não poderia ser outro: número de vendas baixíssimas e, por mais confiável que seja, se tornou esquecido no segmento.

Seus concorrentes diretos são veículos como o Volkswagen Taos, o Jeep Compass e o Toyota Corolla Cross. Para se ter uma ideia da discrepância nas vendas, no ano de 2021, o Compass vendeu 70 mil unidades e o Corolla Cross 34 mil unidades (sendo lançado no meio do ano), enquanto o Taos, demonstrando dificuldades em emplacar no mercado, vendeu quase 9 mil unidades de julho até dezembro, já o Eclipse Cross vendeu apenas 2.300 unidades no ano inteiro!

A diferença nas vendas é gritante e, por conta disso, uma repaginada no modelo era mais do que necessária para que este número aumente. A tarefa não é fácil, vide a dificuldade do Taos em emplacar, mas os japoneses sabem por onde começar.

Visual completamente repaginado

Se antes o problema principal do Eclipse Cross era o design controverso, este foi completamente alterado e passando a seguir a linha que a Mitsubishi vem adotando em seus veículos.

Na parte frontal, o para-choque e a grade foram redesenhados, assim como o DRL, a seta e os faróis, tanto os principais quanto os de neblina. De frente, o modelo lembra muito a Pajero Sport e a L200 Triton. Mas a grande mudança e sacada dos japoneses veio na parte de trás do veículo, abandonando aquela traseira tão polêmica e aderindo a uma nova, mais conservadora e menos polêmica. Agora, só existe um vidro na parte traseira, um novo para-choque e um conjunto ótico sem os brake lights que atravessavam o porta-malas, que faz o modelo parecer muito mais sóbrio e com traços modernos.

Interior não tem alterações, mas agrada

O interior do Eclipse Cross segue exatamente o mesmo, tendo os mesmos benefícios e as mesmas deficiências em comparação aos seus concorrentes. No geral, agrada pela dirigibilidade e desagrada pela modernidade.

Os pontos positivos são a excelente posição de dirigir, o espaço interno, os amplos equipamentos de segurança como os sete airbags, alerta de saída de faixa, detector de ponto cego, monitoramento de pressão dos pneus e afins. Se torna um carro muito gostoso de dirigir e muito seguro.

Porém, o principal ponto negativo do veículo é ter o mesmo design interior de anos atrás da Mitsubishi, enquanto seus rivais apostam em interiores mais modernos e sofisticados, além da multimídia já defasada de 7 polegadas que possui conexão de Apple Car Play e Android Auto apenas por fio, sendo que todos seus concorrentes já possuem a conexão sem fio.

Conjunto mecânico inspira confiança

O motor também permanece o mesmo: ainda estamos falando do mesmo motor 1.5 turbo de 16 válvulas e quatro cilindros que rende 165 cv de potência e 25,5 kgfm de torque atrelados a um câmbio CVT que simula oito velocidades. O Eclipse Cross também conta com opções de tração nas duas rodas (dianteiras) ou nas quatro.

Este conjunto entrega uma boa eficiência para o carro, conseguindo ter força e ser econômico, tendo consumo médio de 10,2 km/l de acordo com o INMETRO. Porém, embora muito confiável, a motorização é apenas a gasolina, enquanto seus concorrentes todos são flex ou até mesmo híbridos, como é o caso do Corolla Cross e mais recentemente do Compass.

Vale a pena?

Com todas estas questões, você deve estar se perguntando se vale a pena ter um Eclipse Cross. Levando em conta tudo o que foi dito e apresentado, a menos que o design tenha te cativado imensamente, o Eclipse Cross tende a continuar sendo o “patinho feio” da categoria.

Não restam dúvidas quanto ao conforto e a confiabilidade do conjunto mecânico, porém o visual interior defasado juntamente ao preço muito mais elevado do que o dos concorrentes (na versão de topo, a HPE AWC, parte de 232 mil reais) fazem com que o patamar do veículo continue o mesmo.

O primeiro passo para melhorar a situação do Eclipse Cross já foi dado ao se adotar um visual muito mais moderno e sóbrio, porém como falamos no começo do texto, o primeiro passo foi dado, mas outros ainda terão que ser feitos para que possa valer a pena adquirir um modelo deste tendo concorrentes como o Jeep Compass no mercado.

*Com informações da Mitsubishi.