Diga adeus aos semáforos com nova tecnologia de comunicação entre veículos

Antes da chegada dos chamados carros autônomos, aqueles que andam sozinhos por aí e nós seremos apenas passageiros, ainda tem muita coisa para evoluir, como os carros elétricos e o fim dos semáforos, que se dependerem de uma nova tecnologia, serão coisa do passado. A Ford apresentou no Reino Unido o gerenciamento de prioridade nos cruzamentos, um sistema que usa a comunicação veículo a veículo (V2V) e sugere a velocidade que eles devem seguir para passar nos entroncamentos com segurança sem precisarem parar. Tecnologia de comunicação entre veículos pode evitar acidentes.
Publicado em Notícias dia 13/10/2018 por Alan Corrêa

Antes da chegada dos chamados carros autônomos, aqueles que andam sozinhos por aí e nós seremos apenas passageiros, ainda tem muita coisa para evoluir, como os carros elétricos e o fim dos semáforos, que se dependerem de uma nova tecnologia, serão coisa do passado. A Ford apresentou no Reino Unido o gerenciamento de prioridade nos cruzamentos, um sistema que usa a comunicação veículo a veículo (V2V) e sugere a velocidade que eles devem seguir para passar nos entroncamentos com segurança sem precisarem parar.

Gerenciamento de prioridade nos cruzamentos

O sistema é inspirado na forma como os pedestres negociam seu caminho na multidão, diminuindo ou aumentando a velocidade para evitar esbarrões. A tecnologia foi demonstrada nas ruas de Milton Keynes, no Reino Unido, dentro do programa Autodrive, que conclui esta semana seus dois anos de duração, com um orçamento de 20 milhões de libras para incentivar o desenvolvimento de tecnologias de segurança e eficiência do trânsito.

“Sabemos que os cruzamentos e semáforos podem ser um pesadelo para os motoristas”, disse Christian Ress, supervisor de Tecnologias de Assistência ao Motorista, na Pesquisa e Engenharia Avançada da Ford. “Com a tecnologia de carros conectados imaginamos um mundo em que os veículos sejam mais conscientes uns dos outros e do ambiente, permitindo uma colaboração inteligente nas ruas e junções”.

O motorista médio passa dois dias por ano esperando em semáforos. Porém, mais que aborrecidos, os cruzamentos causam até 60% dos acidentes de trânsito. Evitar essas paradas, além de ganhar tempo, também pode economizar combustível.

No teste, os carros foram equipados com sistemas de comunicação V2V que informam sua localização, direção e velocidade. O sistema a bordo identifica um cruzamento próximo e a trajetória dos veículos ao redor. Então, sugere a velocidade ideal de cada veículo para atravessar o cruzamento com segurança.

Os veículos da demonstração foram dirigidos por motoristas, mas a tecnologia poderá ser usada também em veículos autônomos. A automação de como os veículos negociam entre si nos cruzamentos pode trazer, um dia, o fim dos semáforos e sinais de trânsito. Os veículos autônomos atuais operam de forma independente, usando as tecnologias de sensores e mapas a bordo. Com os sistemas de comunicação V2V e veículo-para-tudo (V2X), eles poderão aumentar sua eficiência no futuro.

Outras tecnologias apresentadas no programa Autodrive são o alerta de colisão em cruzamentos, o aviso de velocidade ideal para sinal verde, o estacionamento colaborativo – que cria um mapa compartilhado das vagas disponíveis – e o sistema que informa a localização e distância de um veículo de emergência quando ele se aproxima.

Padrão de sinalização para carros autônomos

A Ford testa sistemas que visam à adoção de um futuro padrão de sinalização para carros autônomos na indústria. O objetivo é criar uma linguagem universal de luzes para que todos os usuários das ruas – pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas – possam entender se o veículo autônomo pretende partir, parar ou simplesmente seguir em frente.

“Para que a tecnologia de carros autônomos tenha sucesso é vital todos terem confiança em como ela funciona”, diz John Shutko, especialista técnico de Fatores Humanos para Veículos Autônomos da Ford. “Por isso, estamos trabalhando junto com todos os desenvolvedores, empresas automotivas e de tecnologia para criar um padrão na indústria.”

Para isso, a Ford continua a trabalhar também com a Organização Internacional de Normalização (ISO) e a Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE). Os três pontos principais da padronização são o design e a cor dos sinais e o local de sua instalação no veículo.

Códigos de luz

No ano passado, a Ford testou junto com o Virginia Tech Transportation Institute (VTTI) um sistema de sinalização montado no teto de uma Transit. A van era dirigida por um motorista, mas ele foi camuflado com um traje especial para simular um veículo autônomo. Equipada com múltiplas câmeras, a van rodou mais de 3.000 km e registrou as reações das pessoas diante de três códigos de luz:

Todas as imagens foram catalogadas e mostraram que os sinais não geraram nenhum comportamento inseguro nos usuários.

Para comprovar essa aceitação, outro estudo foi realizado em um ambiente de realidade virtual. Os participantes foram colocados em uma esquina diante de vários veículos circulando em um cruzamento, alguns deles equipados com os sinais luminosos e outros não, para observar sua reação. Mesmo sem receber nenhuma explicação prévia, eles precisaram de apenas cerca de duas exposições para aprender o significado de um sinal e de cinco a dez exposições para entender todos os três sinais.

“O mais encorajador desse estudo foi mostrar que os sinais aumentam a confiança das pessoas nos veículos autônomos quando elas conseguem entender melhor a sua movimentação”, explica John Shutko.

Próximo passo

Como próximo passo, o sistema será testado novamente no mundo real. A Argo AI vai observar as reações dos usuários das ruas usando uma pequena frota de Fusion Hybrid autônomos de pesquisa na região de Miami, na Flórida. Pesquisas também estão sendo realizadas na Europa para entender como os sinais são compreendidos em outras regiões e culturas.

“É essencial que o padrão adotado seja compreendido tão rapidamente quanto uma luz de freio ou uma luz de seta”, completa John Shutko. “Estamos abertos a trabalhar juntos para que os veículos autônomos sejam integrados à sociedade sem confundir as pessoas.”