Dojão do Raul: Conheça o Dodge Magnum 1979 de Raul Seixas

Raul Seixas teve uma relação curiosa com veículos, como o Corcel 73 citado em "Ouro de Tolo". Preferia uma Caloi Berlineta ao carro, protestando contra combustíveis fósseis. Teve um Dodge Magnum 79 e um Fusca 1300L. Em 1977, foi atingido por uma onda enquanto dirigia, marcando mais um episódio inusitado.
Publicado em História dia 23/11/2024 por Alan Corrêa

O Dodge Magnum 1979 que pertenceu a Raul Seixas foi restaurado mantendo marcas e detalhes originais, como vidros lascados e painel trincado, preservando a história do carro.

Pontos Principais:

  • O Dodge Magnum 1979 foi um dos últimos veículos de Raul Seixas.
  • Alexandre Badolato restaurou o carro mantendo características originais.
  • Detalhes como painel trincado e vidros lascados foram preservados.
  • Fotos mostram Raul Seixas com o veículo em frente à sua casa nos anos 1980.

Raul Seixas, cantor e compositor, adquiriu um Dodge Magnum 1979 zero-quilômetro e dirigiu o veículo até enfrentar dificuldades financeiras no final da década de 1980. O carro foi vendido, mas permaneceu um marco de sua vida pessoal e cultural. Atualmente, ele pertence a Alexandre Badolato, maior colecionador de veículos Chrysler no Brasil.

O Magnum foi restaurado em 2018, mantendo características originais e marcas de uso deixadas pelo cantor. Entre os detalhes preservados estão os vidros lascados, o painel trincado e o console central com partes cromadas desgastadas. As rodas de liga leve, que não eram de fábrica, também foram mantidas porque aparecem em fotos de Raul com o carro.

Fotos dos anos 1980 mostram Raul Seixas ao lado do veículo, em frente à sua casa no Butantã, autografando discos para fãs. A documentação do carro inclui registros em nome de Raul Santos Seixas, datados de fevereiro de 1988, reforçando a autenticidade da história.

Sylvio Passos, amigo de Raul Seixas e fundador de seu fã-clube oficial, relembra histórias envolvendo o carro. Em uma delas, Raul dirigiu o Magnum até a Liberdade, mas teve o veículo guinchado ao estacionar na praça do bairro. Sem dinheiro para retirar o carro do pátio, ele acabou vendendo o veículo.

O Dodge Magnum foi um modelo lançado em 1979 pela Chrysler do Brasil como uma tentativa de superar a crise do petróleo. Seu design foi desenvolvido no país, e o carro era equipado com motor V8, câmbio automático e ar-condicionado. Apesar do sucesso inicial, a segunda crise do petróleo impactou a montadora, que vendeu suas operações no Brasil no início da década de 1980.

A restauração do carro não apenas preserva a memória de Raul Seixas, mas também destaca um capítulo da história automobilística brasileira. O veículo, com 208 cv e 42 kgfm de torque, ainda representa uma época em que os motores V8 dominavam as ruas do Brasil.

Os carros de Raul Seixas

A relação de Raul Seixas com carros e veículos em geral é repleta de histórias curiosas e simbólicas. O cantor, famoso por seu estilo de vida irreverente, trouxe essa mesma abordagem para sua escolha de veículos, desde carros até bicicletas. A música “Ouro de Tolo” exemplifica isso ao mencionar um Corcel 73, modelo que marcou o mercado automotivo da época.

Pontos Principais:

  • Raul Seixas menciona um Corcel 73 na música “Ouro de Tolo”.
  • O cantor usava uma Caloi Berlineta como protesto contra combustíveis fósseis.
  • Raul sofreu um acidente inusitado ao ser atingido por uma onda enquanto dirigia.
  • Entre os carros que Raul teve estão um Dodge Magnum 79 e um Fusca 1300L.

A música “Ouro de Tolo”, lançada em 1973, faz alusão ao Corcel 73, modelo que passou por uma grande atualização estética naquele ano. O carro, na versão mais básica, custava 18.900 cruzeiros, o equivalente a cerca de 4,5 salários de 4.000 cruzeiros. Contudo, para quem recebia um salário mínimo de 312 cruzeiros, seriam necessários 61 salários para adquiri-lo. Raul, ao contrário do personagem de sua música, não comprou o carro, optando por uma bicicleta Caloi Berlineta, reforçando sua visão crítica sobre o consumo e combustíveis fósseis.

Em outro momento marcante, Raul dirigia um Dodge Polara pela orla carioca em 1977, quando foi atingido por uma onda durante uma ressaca no Leblon. O acidente causou danos significativos ao veículo, expondo-o à maresia e acelerando sua deterioração. Apesar disso, o episódio se tornou uma curiosidade sobre sua vida.

Entre os veículos que passaram pela vida do cantor, destaca-se também um Dodge Magnum 79. Este carro, utilizado por Raul enquanto vivia em São Paulo, foi guinchado em 1988 devido ao não pagamento de taxas. Após anos desaparecido, foi restaurado e preservado com características da época. O Fusca 1300L, outro veículo marcante, foi possivelmente o último carro de Raul. Personalizado com placa “RA”, ele simbolizava o estilo dos anos 80, mas seu paradeiro é desconhecido.

A relação de Raul com os carros reflete sua vida, marcada por altos e baixos. Em 1989, dois dias após lançar seu último álbum, “A Panela do Diabo”, Raul faleceu devido a complicações de saúde. Seu legado, entretanto, continua vivo, não apenas por sua música, mas pelas histórias que envolvem sua personalidade única e suas escolhas, incluindo os veículos que marcaram momentos importantes de sua trajetória.

O dia que o Google homenageou Raul Seixas

Raul Seixas foi homenageado no dia 23 de novembro com um Google Doodle que celebra sua contribuição ao rock brasileiro. A data escolhida gerou questionamentos, já que o músico nasceu em 28 de junho de 1945. Apesar disso, a ilustração remete à relevância de sua obra, mostrando o cantor com uma guitarra vermelha e elementos que refletem seu estilo único.

Pontos Principais:

  • Raul Seixas foi homenageado com um Doodle global, exibido em países como Brasil, Argentina, Irlanda e Paquistão.
  • O músico começou sua carreira aos 12 anos com a banda Raulzito e os Panteras, que teve breve notoriedade.
  • Seu primeiro grande sucesso solo veio com o álbum Krig-ha, Bandolo! lançado em 1973, consolidando sua influência no rock nacional.
  • Com 21 álbuns lançados, Raul explorou diferentes estilos e temas, deixando um legado marcante para a música brasileira.

Raul Seixas nasceu em Salvador, Bahia, onde foi introduzido ao rock ainda jovem, ouvindo Elvis Presley, Little Richard e outros ícones dos anos 1950. Aos 12 anos, formou Raulzito e os Panteras, banda que se apresentou em pequenos eventos locais e na TV Salvador. Com o tempo, o grupo ganhou algum destaque no Brasil, mudando-se para o Rio de Janeiro em 1967, mas acabou se desfazendo.

Após a separação da banda, Raul trabalhou na gravadora CBS, o que influenciou sua transição para carreira solo. Em 1971, lançou o álbum experimental Sociedade da Grā-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez, um marco inicial na sua trajetória musical. Porém, foi em 1973, com o disco Krig-ha, Bandolo!, que o cantor se tornou nacionalmente conhecido, graças a hits como Ouro de Tolo e Metamorfose Ambulante.

Seu estilo combinava influências do rock internacional com elementos da cultura brasileira. Suas letras abordavam temas filosóficos e introspectivos, características que marcaram obras como Há 10 Mil Anos Atrás, lançado em 1976. A música de Raul refletia sua capacidade de desafiar normas, criando um estilo único que continua a influenciar gerações.

O Google Doodle, criado pela ilustradora Paola Saliby, destacou a personalidade de Raul com detalhes como suas mãos expressivas e a guitarra vermelha, inspirada na capa do disco Gita. A homenagem, exibida em países como Uruguai, Irlanda e Paquistão, reforça a relevância global do músico.

Mesmo após sua morte em 1989, Raul Seixas permanece como um dos principais nomes do rock brasileiro. Seus 21 álbuns exploraram diversos estilos e consolidaram sua posição como o “pai do rock nacional”. Sua obra segue sendo estudada e admirada, mantendo viva sua influência na música e cultura brasileira.

Fonte: Wikipedia, UOL, G1 e Google.