Um motorista empolgado com a ideia de um carro elétrico logo percebe os desafios da nova tecnologia. A infraestrutura de recarga ainda é limitada, a manutenção exige oficinas especializadas e a desvalorização na revenda é maior. Além disso, a bateria perde autonomia com o tempo, tornando a eletromobilidade um caminho cheio de obstáculos.
Carro elétrico parece uma ideia simples: plugar na tomada, carregar e sair dirigindo sem precisar gastar com combustível. Mas na prática, as coisas não são tão diretas. Apesar do crescimento do mercado e da promessa de um futuro mais sustentável, ainda há obstáculos no caminho para quem decide trocar o tanque pela bateria.
Pontos Principais:
- A infraestrutura de recarga ainda não atende toda a demanda do mercado.
- A desvalorização do carro elétrico é maior do que a de um veículo a combustão.
- A manutenção exige oficinas especializadas e profissionais qualificados.
- A autonomia da bateria pode ser reduzida com o tempo de uso.
Infraestrutura de recarga, custo de manutenção, desvalorização e até o peso extra dos veículos são desafios que não podem ser ignorados. Além disso, a qualificação das oficinas ainda não está no nível ideal para atender às necessidades dos proprietários. Enquanto isso, as montadoras continuam investindo em novos modelos, tentando equilibrar inovação e viabilidade para o consumidor.
A infraestrutura de recarga ainda é um desafio para os donos de carros elétricos. A maioria dos pontos disponíveis é de carga lenta e concentrada em grandes cidades, dificultando viagens mais longas.
Então, antes de apostar todas as fichas no elétrico, vale entender o que realmente significa ter um carro movido a bateria e quais são as dificuldades que podem surgir no dia a dia.
Infraestrutura de recarga
A promessa de carregar o carro na garagem e rodar tranquilo tem um problema: nem todo mundo tem onde carregar. No Brasil, existem cerca de 12 mil pontos de recarga públicos ou semipúblicos, número que até parece razoável à primeira vista.
O detalhe é que mais de 80% desses carregadores são do tipo AC, conhecidos por fornecer carga lenta. Isso significa que o tempo de espera pode ser longo. Já os carregadores rápidos, do tipo DC, conseguem entregar mais energia em menos tempo, mas mesmo assim podem levar até 60 minutos para uma recarga completa.
Outro ponto é que esses postos de recarga estão concentrados em grandes cidades e rodovias específicas. Ou seja, quem mora longe dos centros urbanos pode enfrentar dificuldades para encontrar um ponto próximo. Sem falar na possibilidade de encontrar carregadores fora de serviço.
Desvalorização e custo de manutenção
Quem compra um carro geralmente pensa no quanto ele vai valer na hora da revenda. E no caso dos elétricos, a depreciação é um ponto de atenção. Levantamentos indicam que um carro elétrico pode perder até 15% do seu valor após um ano, enquanto um modelo a combustão desvaloriza, em média, 6% no mesmo período.
Além disso, a bateria, que é um dos componentes mais caros do veículo, se desgasta com o tempo. Mesmo com as montadoras oferecendo garantias de oito anos, a redução da autonomia ao longo dos anos pode impactar o valor do carro no mercado de usados.
Outro ponto importante é a manutenção. Apesar de terem menos peças móveis do que os carros convencionais, os elétricos ainda possuem sistemas complexos, como inversores e módulos de recarga, que podem apresentar falhas. Os pneus também sofrem um desgaste acelerado devido ao peso do veículo e ao torque instantâneo.
Oficinas especializadas
Se precisar levar um carro elétrico para revisão, o dono pode ter dificuldades para encontrar uma oficina capacitada. Nem todas as oficinas independentes estão preparadas para lidar com esse tipo de veículo.
Mecânicos que trabalham com sistemas de alta voltagem precisam de certificações específicas, como o curso NR-10, que qualifica profissionais para atuar com eletricidade. Sem essa especialização, há risco para o técnico e para o próprio veículo.
Além disso, mesmo sendo mais simples do que um carro a combustão, o elétrico ainda precisa de revisões em suspensão, freios, amortecedores, ar-condicionado e bateria de 12V, que alimenta os sistemas auxiliares. Tudo isso exige conhecimento técnico e ferramentas adequadas.
Vale a pena investir em um carro elétrico?
O crescimento das vendas mostra que o mercado está aquecido e que há interesse na tecnologia. Só no último ano, as vendas de modelos 100% elétricos cresceram 34,7%, totalizando 61,6 mil unidades.
Apesar do avanço, a infraestrutura ainda precisa evoluir para acompanhar esse ritmo. A relação de um ponto de recarga para cada 7,7 veículos pode parecer suficiente, mas não leva em conta a localização dos carregadores e possíveis falhas nos equipamentos.
A escolha pelo carro elétrico depende de diversos fatores. Quem tem acesso fácil a um ponto de recarga e pretende ficar com o veículo por vários anos pode encontrar vantagens. Já para quem precisa de autonomia maior e depende de oficinas tradicionais para manutenção, ainda há desafios no caminho.
Coisas para se pensar antes de comprar um carro elétrico no Brasil
- Autonomia da Bateria: Verifique a distância que o veículo pode percorrer com uma carga completa e se atende aos seus trajetos diários.
- Infraestrutura de Recarga: Avalie a disponibilidade de estações de carregamento em sua região e nos locais que você frequenta.
- Tempo de Recarga: Considere o tempo necessário para recarregar a bateria, tanto em estações públicas quanto em casa.
- Custo da Eletricidade: Calcule o impacto no seu consumo de energia doméstica ao carregar o veículo em casa.
- Custo Inicial do Veículo: Compare os preços dos carros elétricos com os veículos a combustão e analise o custo-benefício.
- Incentivos Fiscais: Informe-se sobre possíveis isenções ou reduções de impostos, como IPVA e IPI.
- Custo de Manutenção: Considere que carros elétricos possuem menos peças móveis e tendem a ter manutenção mais barata.
- Vida Útil da Bateria: Verifique a durabilidade da bateria e os custos de substituição quando necessário.
- Garantia da Bateria: Consulte o tempo de garantia oferecido pelo fabricante para a bateria.
- Valor de Revenda: Pesquise sobre a depreciação do veículo elétrico no mercado.
- Disponibilidade de Peças: Verifique se há peças de reposição disponíveis no Brasil.
- Rede de Assistência Técnica: Avalie se há oficinas especializadas em veículos elétricos em sua região.
- Seguro do Veículo: Consulte os valores do seguro, pois podem ser diferentes dos veículos a combustão.
- Conectividade e Tecnologia: Verifique as funcionalidades tecnológicas, como apps de monitoramento e integração com smartphones.
- Capacidade do Porta-Malas: Certifique-se de que o espaço disponível atende às suas necessidades.
- Espaço Interno: Compare com outros modelos para garantir conforto para todos os ocupantes.
- Performance: Avalie a aceleração e o torque, já que os elétricos costumam ser mais ágeis.
- Modos de Condução: Verifique se o carro oferece diferentes modos de direção para economia de bateria ou performance.
- Regeneração de Energia: Alguns modelos possuem sistemas de recuperação de energia na frenagem.
- Consumo de Energia: Compare a eficiência energética entre os modelos disponíveis.
- Recarga em Casa: Verifique se sua casa suporta a instalação de um carregador próprio.
- Custo de Instalação do Carregador: Considere o investimento para instalar um wallbox em sua residência.
- Tipo de Plugue: Certifique-se de que o modelo é compatível com a infraestrutura disponível no Brasil.
- Recarga Rápida: Alguns modelos suportam carregamento rápido, reduzindo o tempo de espera.
- Condução Silenciosa: Carros elétricos são muito mais silenciosos, o que pode ser um fator positivo ou negativo para alguns motoristas.
- Impacto Ambiental: Verifique se os componentes do veículo, como baterias, possuem uma destinação sustentável ao final da vida útil.
- Benefícios em Rodízios e Pedágios: Algumas cidades oferecem isenção de rodízio e descontos em pedágios.
- Habilitação e Treinamento: Motoristas podem precisar se adaptar ao estilo de condução de um elétrico.
- Clima e Performance: Temperaturas extremas podem impactar a autonomia da bateria.
- Atualizações de Software: Muitos modelos elétricos recebem atualizações via internet para melhorar o desempenho.
- Tempo de Entrega: Verifique a disponibilidade do modelo desejado, pois pode haver fila de espera.
- Confiabilidade da Marca: Prefira fabricantes que já tenham experiência com veículos elétricos.
- Peso do Veículo: Carros elétricos são mais pesados devido às baterias, o que pode impactar a dirigibilidade.
- Freios Regenerativos: Entenda como funciona a regeneração de energia e se é confortável para seu estilo de condução.
- Possibilidade de Aluguel: Antes da compra, avalie se há a opção de alugar o modelo para testar.
- Carros Híbridos vs. Elétricos: Compare se um híbrido pode ser uma opção melhor para seu uso.
- Disponibilidade de Test Drive: Verifique se a concessionária permite testar o modelo antes da compra.
- Estabilidade e Direção: Teste o comportamento do carro em curvas e diferentes tipos de estrada.
- Opções de Personalização: Alguns elétricos permitem customizações de fábrica.
- Segurança do Veículo: Verifique os testes de colisão e os sistemas de assistência à condução.
- Tempo de Uso Diário: Avalie se a autonomia atende à sua rotina sem precisar carregar frequentemente.
- Uso para Viagens: Planeje como será o carregamento em longas distâncias.
- Carregamento em Condomínios: Verifique se há possibilidade de instalar carregadores em condomínios residenciais.
- Modificações no Veículo: Nem sempre é possível modificar um carro elétrico como em modelos a combustão.
- Conexão com Aplicativos: Alguns modelos oferecem funcionalidades inteligentes, como monitoramento remoto.
- Legislação e Normas: Fique atento a mudanças regulatórias sobre carros elétricos no Brasil.
- Planos de Expansão: Pesquise se há previsão de crescimento da infraestrutura de carregamento na sua região.
- Testemunhos de Proprietários: Consulte opiniões e experiências de quem já tem um carro elétrico.
Fonte: AutoEsporte, Jornaldocarro, Mobilidade, QuatroRodas, Insideevs e CNN.