O Ford Fusion Hybrid representou um marco quando desembarcou no mercado brasileiro, reunindo luxo, eficiência energética e tecnologia em um segmento ainda dominado por motores convencionais. Com proposta inovadora, ele se posicionava como um sedã capaz de entregar desempenho elevado, baixo consumo de combustível e equipamentos que, à época, eram encontrados apenas em modelos de alto padrão.
O conjunto híbrido combinava um motor 2.0 ciclo Atkinson com um propulsor elétrico síncrono, alcançando 190 cavalos de potência total. A transmissão automática eCVT, continuamente variável e controlada eletronicamente, proporcionava uma transição quase imperceptível entre os dois motores. Esse equilíbrio tornava a condução suave e eficiente, com aceleração de 0 a 100 km/h em pouco mais de nove segundos e velocidade máxima próxima de 195 km/h.

Nos números de consumo, o sedã surpreendia. Em rodovias, alcançava mais de 16 km/l, enquanto no uso urbano superava a marca dos 15 km/l, algo incomum para um carro de quase 1,7 tonelada. Com tanque de 53 litros, a autonomia ultrapassava 800 km em trajetos rodoviários, uma vantagem para motoristas que valorizavam viagens longas sem paradas frequentes.
No interior, o Fusion Hybrid reforçava sua imagem de sedã premium. Bancos de couro com ajustes elétricos, ar-condicionado digital de duas zonas, amplo espaço para cinco ocupantes e acabamento refinado colocavam o modelo em um patamar superior aos concorrentes médios. O entre-eixos de 2,85 metros contribuía para o conforto dos passageiros, enquanto o porta-malas de 392 litros atendia bem famílias em deslocamentos maiores, mesmo com parte do espaço ocupado pelo sistema híbrido.

A tecnologia embarcada também merecia destaque. Central multimídia SYNC com tela sensível ao toque e comandos de voz, painel digital configurável, piloto automático adaptativo, alerta de colisão, monitoramento de ponto cego e sistema de som Sony em versões mais completas eram itens que só chegaram a rivais anos depois. Esses recursos colocavam o Fusion lado a lado de modelos alemães de luxo, mas a um custo significativamente menor.

No lançamento, o valor ultrapassava R$ 130 mil, justificável pelo pacote de inovação que oferecia. Contudo, após a saída da Ford do Brasil em 2021 e a ascensão dos SUVs, o modelo perdeu espaço e acabou sendo esquecido pelo grande público. Hoje, no mercado de usados, é possível encontrar unidades bem conservadas entre R$ 60 mil e R$ 80 mil, faixa de preço de hatches compactos novos, mas com entrega muito superior em desempenho e sofisticação.
A desconfiança sobre manutenção e peças ainda pesa, mas oficinas especializadas e importadores mantêm oferta consistente de serviços. O histórico mostra que o sedã híbrido é durável e confiável, capaz de rodar centenas de milhares de quilômetros sem grandes problemas. Entre entusiastas, permanece como uma opção de excelente custo-benefício, um carro que antecipou tendências e entregou mais do que o mercado estava preparado para receber.
Fonte: Ford OLX, Webmotors e Clickpetroleoegas.