A Ranger volta a movimentar o segmento por um motivo simples, a Ford decidiu mexer no ponto mais delicado do seu motor 2.0 turbodiesel. A correia banhada a óleo, conhecida pelos intervalos de serviço mais curtos, sai de cena na Austrália e dá lugar a uma corrente metálica que promete durabilidade maior e manutenção mais previsível.

A mudança não veio sozinha. O 2.0 recebeu um novo sistema de injeção e segue entregando 170 cv e 41,3 kgfm, números suficientes para quem usa a picape no trabalho diário. A troca da correia pela corrente atende justamente esse público, que não quer abrir o cofre para surpresas e pressiona por soluções mais robustas.
Outro ponto sensível da geração atual também passou por revisão. A caixa automática de seis marchas foi aposentada, entrando a transmissão de 10 marchas já usada na Transit. O efeito é direto no uso real, menos rotações em viagem, respostas mais rápidas quando carregada e uma aproximação maior do que rivais como Hilux e S10 oferecem em eficiência.
A Ford também simplificou a gama australiana. O 2.0 biturbo de 213 cv, que nunca chegou ao Brasil, saiu de linha e deixou o catálogo mais enxuto, com o 2.0 de um turbo e o V6 3.0 turbodiesel. É a mesma lógica de oferta vista na Argentina, onde a Ranger vendida por aqui é produzida, o que indica que esse pacote de mudanças deve cruzar o continente no mesmo ritmo de atualizações anteriores.
Além das alterações mecânicas, versões locais receberam ajustes de conteúdo, como a multimídia de 12 polegadas na XL. Os pacotes latino americanos seguem outra estratégia, mas a movimentação mostra que a Ford mantém o modelo em constante revisão, algo esperado em um segmento que não tolera estagnação.
O próximo passo já está desenhado. A marca confirmou no Brasil a Ranger híbrida plug in flex, conjunto que combina o 2.3 turbo com motor elétrico integrado ao câmbio, hoje oferecido na Europa apenas com gasolina. Essa chegada tende a mudar o posicionamento interno da picape e ampliar o intervalo entre as versões mais voltadas ao trabalho e aquelas com foco em eficiência.
Com a adoção da corrente metálica no radar e a versão híbrida a caminho, a Ranger entra em um ciclo de ajustes que respondem diretamente à disputa mais acirrada do segmento. Durabilidade, custo e desempenho voltam ao centro da conversa, exatamente onde a picape precisa estar para continuar relevante.
Fonte: AutoPapo.