A Honda revelou em 2 de outubro de 2025 um plano ambicioso: investir R$ 1,6 bilhão na linha de montagem de motocicletas na planta de Manaus até 2029, com foco na modernização, expansão e introdução de modelos eletrificados. O anúncio marca o início de uma nova fase para a fábrica, que completará 50 anos em 2026, e sinaliza que a marca pretende disputar posicionamento de inovação no mercado brasileiro.
Hoje operando com cerca de 90% de sua capacidade — distribuída em três turnos — a unidade amazonense reconhece o gargalo: modernizar processos, redesenhar layout e instalar novas linhas é parte central do plano de expansão. A meta projetada é alcançar 1,6 milhão de motocicletas por ano já a partir de 2026. Para apoiar esse salto, a Honda estima gerar cerca de 350 novos empregos diretos.

A planta de Manaus é considerada a mais verticalizada da Honda no mundo: produz internamente chassis, rodas, assentos e motores, além de abrigar centro de tecnologia e desenvolvimento. Esse nível de integração reforça a visão da empresa de não depender fortemente de fornecedores externos para diversos componentes. A produção atual já abastece o mercado doméstico e exportações para 17 países, como Estados Unidos, Austrália e México.
O anúncio veio com outra promessa de peso: sete novos modelos devem desembarcar até 2026. Entre eles, estão versões atualizadas da NC750X (com câmbio manual ou DCT), a chegada das novas CB750 Hornet e XL750 Transalp dentro de 2025, e ainda modelos especiais como a CG 160 Titan Edição Comemorativa (primeiro trimestre de 2026) e a XR 300L Tornado Special Edition. Também estão previstos o lançamento da CB1000 Hornet (em versões SP e com atributos premium como suspensão Ohlins, freios Brembo e quickshifter) e da GL1800 Gold Wing Tour 50th Anniversary, ambos no primeiro semestre de 2026.
Embora a Honda ainda não tenha confirmado oficialmente nenhum modelo 100% elétrico para o mercado nacional, o diretor de planejamento Marcelo Takashi afirmou que existe possibilidade de produzir motos eletrificadas caso a demanda se confirme. Isso coloca a marca em posição de espera estratégica — disposta, mas prudente — frente ao movimento que já mobiliza outros players, como a Yamaha, que já oferece modelos híbrido-elétricos no Brasil.
Atualmente, a planta de Manaus produz cerca de 6,5 mil motos diariamente — com uma unidade sendo montada a cada 19 segundos — o que corresponde a três unidades por minuto. A linha principal inclui modelos como a CG 160, Biz 125 e Pop 110, com cilindradas que variam de 110 cc a 1.100 cc. Ao todo são 20 modelos atualmente fabricados no Brasil.
Com o aporte anunciado, espera-se não apenas uma maior diversificação de portfólio, mas também a consolidação de Manaus como um polo tecnológico automotivo. A estratégia sugere que a Honda não está mais satisfeita em dominar o mercado interno por volume — quer liderar pela inovação, reforçando sua imagem num setor em transição energética.