Em meio ao brilho futurista do Japan Mobility Show 2025, a Honda conseguiu capturar toda a atenção com um conceito que foge das convenções e redefine o que um carro elétrico pode representar. Chamado de Super-ONE Prototype, o pequeno EV se posiciona como uma mistura inusitada entre nostalgia e inovação, com a missão de trazer de volta o prazer genuíno de dirigir em meio à eletrificação cada vez mais silenciosa do mundo automotivo.
O Honda Super-ONE combina proporções compactas e traços retrô com um tempero esportivo que remete aos lendários hot hatches japoneses dos anos 1990. Seu visual “boxy”, quadrado e de linhas limpas, traz ecos do Nissan Cube e do próprio Honda e, mas com postura mais firme e musculosa. Cada detalhe parece calculado para transmitir energia, dos para-lamas alargados às rodas de perfil baixo e à grade frontal totalmente fechada, símbolo de uma nova era onde desempenho e sustentabilidade caminham lado a lado.

A proposta da Honda é clara. Este não é um carro para impressionar pela força bruta ou autonomia recorde, mas sim para devolver o fator diversão à mobilidade elétrica. O conceito de “e: Dash BOOSTER”, apresentado pela marca, resume essa filosofia: transformar o deslocamento diário em uma experiência emocional, quase sensorial. No modo BOOST, o carro entrega uma dose extra de potência, reproduzindo trocas de marcha simuladas e sons artificiais que resgatam a vibração de um motor tradicional.

Por dentro, o Super-ONE é um manifesto de simplicidade moderna. O painel horizontal e o espaço livre entre os assentos criam um ambiente aberto, prático e convidativo. Os bancos azuis assimétricos e o volante de duas hastes remetem à estética ousada do Honda Civic e do Jazz, mas com um toque lúdico, quase infantil, que reforça a personalidade brincalhona do modelo. É um carro que parece pedir para ser dirigido, não apenas para ser observado.
A engenharia por trás do protótipo reflete a tradição da Honda em extrair emoção de formatos pequenos. Baseado na plataforma leve da linha N Series, o Super-ONE promete agilidade e resposta imediata, com centro de gravidade baixo e distribuição equilibrada de peso. A marca mantém segredo sobre os números exatos de potência e autonomia, mas testes preliminares indicam que o modelo ultrapassa com folga os 200 km do antigo Honda e, o suficiente para um uso urbano intenso e prazeroso.

A estreia global no Japão é apenas o começo. O modelo deve chegar ao mercado nipônico em 2026, antes de estrear em países como Reino Unido e outras regiões da Ásia. Nessas versões, será rebatizado como Super-N, reforçando o apelo de um carro pequeno, acessível e emocionalmente cativante. No Ocidente, ele enfrentará rivais como o Renault 5 e o Hyundai Inster, mirando um público que busca estilo, eficiência e um toque de irreverência.
O timing não poderia ser mais simbólico. A Honda passa por uma fase de renovação profunda, prometendo lançar sete novos elétricos até 2030 e reposicionar sua imagem global em torno do prazer de condução. Em um mercado saturado de SUVs parecidos e sedãs previsíveis, o Super-ONE surge como uma injeção de carisma, lembrando que dirigir pode ser algo mais do que apenas se deslocar de um ponto a outro.

No fim, o Super-ONE é menos sobre o futuro e mais sobre reconectar o presente com o passado. Ele traduz a ideia de que a eletrificação não precisa apagar a alma dos carros, apenas reinventá-la. Pequeno, provocador e cheio de atitude, o protótipo da Honda representa uma nova geração de veículos que busca despertar emoções, não apenas cumprir metas de eficiência.
Fonte: Honda.