O Ministério Público do Trabalho abriu inquérito para investigar denúncias anônimas relacionadas às condições inadequadas na construção da fábrica da montadora chinesa BYD na Bahia. A investigação foi iniciada após a divulgação de imagens e vídeos que mostram trabalhadores enfrentando situações como refeições servidas em coolers, banheiros com pias entupidas e falta de equipamentos de proteção individual.
Pontos Principais:
Em resposta às denúncias, a BYD afirmou que determinou às empresas terceirizadas responsáveis pela obra que solucionassem os problemas levantados. O vice-presidente da montadora no Brasil garantiu que medidas rigorosas serão aplicadas para prevenir novas irregularidades, incluindo auditorias mais frequentes e ações contra empresas que descumprirem as normas.
A visita ao canteiro de obras, realizada pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, junto a representantes da BYD e do governo federal, incluiu apresentações do progresso na construção. Apesar das denúncias, o governador declarou confiança na empresa e afirmou que medidas estão sendo tomadas para resolver os problemas identificados.
Além disso, o MPT destacou que as investigações envolvem não apenas a BYD, mas também três empresas terceirizadas. Documentos, como contratos de trabalho e planos de saúde ocupacional, foram solicitados para análise. Novas inspeções podem ser realizadas devido a relatos recentes de possíveis episódios de violência no local.
O projeto da BYD representa um investimento de R$ 5,5 bilhões e prevê a geração de até 20 mil empregos diretos e indiretos até 2026. A fábrica, destinada à produção de veículos elétricos, também abrigará instalações para a produção de chassis de ônibus e caminhões elétricos, além de unidades de processamento de materiais como lítio e ferro fosfato.
A montadora destacou que as obras estão avançando, com 80% da fundação e 40% da cobertura e piso já concluídos. A previsão é que a operação industrial comece em janeiro de 2025, com 10 mil postos de trabalho criados inicialmente.
Entretanto, as denúncias lançam dúvidas sobre as práticas de trabalho no local. O MPT informou que está avaliando todas as informações disponíveis para decidir entre propor um ajuste de conduta ou abrir uma ação judicial contra as empresas envolvidas.
Em nota, a BYD reafirmou seu compromisso com a legislação brasileira e a dignidade dos trabalhadores, garantindo que as situações apontadas serão corrigidas. A montadora, que atua no Brasil há 10 anos, destacou a importância do projeto para o desenvolvimento da indústria de veículos elétricos no país.
Com a investigação em curso, a expectativa é que o desfecho traga melhorias nas condições de trabalho e um ambiente seguro para os milhares de trabalhadores envolvidos na construção da fábrica. O caso continua em apuração, e novas ações podem ser anunciadas nos próximos dias.
Fonte: G1.