A Kawasaki foi além de uma simples atualização ao apresentar a linha Z1100 2026, marcando uma virada tecnológica para sua família naked de alta cilindrada. Diferente de um restyling, o modelo traz novo motor de quatro cilindros em linha — com curso ampliado de 56 mm para 59 mm — elevando a cilindrada de 1.043 cm³ para 1.099 cm³. Curiosamente, apesar desse salto, a potência máxima caiu dos 142 cv da geração anterior para 136 cv, reflexo da pressão de normas globais de emissões mais rígidas.
Mesmo com leve retrocesso no desempenho, é no campo eletrônico que a Z1100 2026 faz sua aposta mais ousada. Agora ela equipa acelerador eletrônico (Ride-by-Wire), uma IMU de seis eixos e sistemas avançados de assistência: ABS otimizado para curvas, quatro modos de pilotagem (Sport, Road, Rain e Rider), controle de tração e quickshifter bidirecional. Há também piloto automático, recurso raro em modelos desse porte e categoria.

O painel TFT colorido segue a família Z 2026, com excelente visibilidade e conectividade com dispositivos móveis, favorecendo interação intuitiva e acesso rápido a dados de pilotagem. Já o chassi mantém a estrutura em alumínio de viga dupla, porém ganhou ajustes ergonômicos: o guidão foi alargado em 22 mm e recuado 13 mm para proporcionar postura mais agressiva e conforto em uso cotidiano.

Para distinguir a versão de entrada da edição especial SE, a Kawasaki investiu em itens de alto impacto visual e performance. A SE vem com suspensões de alta linha: bengalas douradas, freios Brembo com mangueiras aeroquip e amortecedor traseiro Öhlins S46 com ajuste remoto de pré-carga. Já a versão padrão preserva componentes Showa SFF-BP. No visual, a versão SE traz rodas verdes e acabamento fosco, enquanto a base será oferecida em preto com cinza metálico.

Embora ainda não haja confirmação para o Brasil, a expectativa é que a Z1100 2026 desembarque por aqui como sucessora natural da Z1000. Atualmente, a Z1000 2025 é vendida por cerca de R$ 79.290, e a Z1000 R Edition por R$ 85.590 (sem frete). Se mantiver a estratégia de precificação, a nova linha poderá situar-se em patamar semelhante.

A trajetória da Z1100 mostra que evolução não significa apenas buscar números extremos de potência, mas incorporar controle, refinamento e recursos que elevem a experiência de pilotagem. Ducati, Yamaha e outras rivais do segmento certamente observarão esse movimento com atenção — a Kawasaki acaba de redefinir o patamar tecnológico entre as naked de alta cilindrada.
Fonte: Kawasaki.