Mercado brasileiro de bicicletas elétricas cresce e E-MTB assume liderança inédita

Mercado de bicicletas elétricas no Brasil cresce 7,2% em 2024, com faturamento estimado em R$ 511 milhões. Pela primeira vez, E-MTBs lideram também em volume de vendas, igualando-se às urbanas.
Publicado por em Mobilidade e Negócios dia

O mercado de bicicletas elétricas no Brasil registrou um crescimento expressivo em 2024, movimentando aproximadamente R$ 511 milhões. Segundo o Boletim de Mercado da Aliança Bike, foram 53.591 unidades importadas ou fabricadas no país no último ano, número 7,2% superior ao registrado em 2023.

Pontos Principais:

  • Mercado de bicicletas elétricas no Brasil cresceu 7,2% em 2024.
  • E-MTBs assumiram liderança também em volume de vendas, igualando-se às urbanas.
  • Setor movimentou aproximadamente R$ 511 milhões no último ano.
  • Projeção para 2025 indica crescimento entre 42% e 55%.

A evolução acompanha uma transformação no perfil de consumo. Pela primeira vez, os modelos de mountain bike elétricas (E-MTB) igualaram-se em participação às urbanas, respondendo cada uma por 50% e 48% do mercado, respectivamente. Essa mudança reflete não apenas uma diversificação de usos, mas também um aumento na procura por equipamentos mais robustos e com maior valor agregado.

O mercado de bicicletas elétricas no Brasil movimentou R$ 511 milhões em 2024, com 53.591 unidades produzidas ou importadas, crescimento de 7,2% em relação a 2023.
O mercado de bicicletas elétricas no Brasil movimentou R$ 511 milhões em 2024, com 53.591 unidades produzidas ou importadas, crescimento de 7,2% em relação a 2023.

O tíquete médio das E-MTBs, três vezes superior ao das urbanas, impulsionou sua liderança no faturamento. Com essa vantagem, as mountain bikes elétricas concentram mais de 70% do valor movimentado pelo segmento, reforçando sua importância estratégica para a indústria e para o varejo especializado.

O relatório também destacou que as bicicletas elétricas de pedal assistido representam cerca de um quarto do mercado, enquanto os modelos autopropelidos, equipados com acelerador, correspondem a 75% das vendas, totalizando 160 mil unidades em 2024. Desde 2016, o número de bikes elétricas em circulação no país saltou de 7.600 para 284 mil, evidenciando um avanço contínuo na adoção dessa tecnologia.

Em termos de metodologia, a partir de 2023 passou a valer a Resolução 996/2023 do Contran, que redefiniu as fronteiras entre bicicletas elétricas, ciclomotores e autopropelidos. Essa padronização contribuiu para um acompanhamento mais preciso das estatísticas de produção e importação, além de influenciar o enquadramento legal de cada modelo.

O levantamento aponta projeções distintas para 2025: a mais otimista prevê a venda de 80 mil unidades, enquanto a mais conservadora estima 76.099. Ambas sinalizam um salto significativo, com expectativa de crescimento entre 42% e 55%, indicando que o setor deve manter seu dinamismo nos próximos meses.

Apesar da consolidação das E-MTBs, outros nichos, como as bicicletas elétricas de estrada ou cargueiras, ainda representam apenas 2% do mercado nacional. Mesmo assim, seu potencial de expansão segue em pauta, especialmente diante das discussões sobre mobilidade sustentável e substituição parcial do automóvel em trajetos curtos.

O que é bike E-MTB?

A E-MTB, ou Electric Mountain Bike, é uma bicicleta de mountain bike equipada com motor elétrico e bateria recarregável, projetada para oferecer assistência ao pedal. Ela mantém o visual e a estrutura robusta de uma MTB tradicional, mas adiciona tecnologia para facilitar a superação de terrenos desafiadores.

O sistema de assistência elétrica só é ativado quando o ciclista pedala, proporcionando impulso extra em subidas, longas distâncias e trilhas técnicas. Essa ajuda pode ser ajustada em diferentes níveis, permitindo ao usuário controlar o quanto quer depender da força do motor.

Por unir desempenho esportivo e suporte tecnológico, a E-MTB se tornou popular entre ciclistas iniciantes e experientes. Ela amplia as possibilidades de trajetos, permitindo explorar percursos mais longos e exigentes com menor desgaste físico e mais diversão nas pedaladas.

Fonte: Mobilidade, Oglobo e Olhardigital.

Alan Corrêa
Alan Corrêa
Jornalista automotivo (MTB: 0075964/SP) e analista de mercado. Especialista em traduzir a engenharia de lançamentos e monitorar a desvalorização de usados. No Carro.Blog.br, assina testes técnicos e guias de compra com foco em durabilidade e custo-benefício.