Após 40 anos de história e 25 anos de produção no Brasil, o motor Fire, um dos mais emblemáticos da Fiat, deixa de ser fabricado. Lançado na Europa em 1985, o propulsor foi projetado com foco em eficiência, simplicidade e manutenção acessível. No Brasil, chegou apenas em 2000, estreando no Fiat Palio e marcando o início de sua trajetória local.
O encerramento da produção do motor Fire em Betim (MG) foi motivado pelas novas exigências de emissões estabelecidas pela oitava fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve L8). Mesmo com atualizações realizadas em 2021, que incluíram melhorias no sistema de injeção eletrônica, catalisador e recirculação de gases, o motor não conseguiu se adaptar às novas regulamentações.
O motor Fire, sigla para “Fully Integrated Robotised Engine”, foi desenvolvido com o objetivo de ser robusto, versátil e eficiente. Criado pelo engenheiro Roberto Della Casa, o propulsor destacou-se por sua construção simplificada, com menos peças, o que reduziu os custos de produção e facilitou sua manutenção.
Na Europa, o Fire estreou no Lancia Y10, sendo inicialmente carburado e posteriormente adaptado para injeção eletrônica. No Brasil, o motor chegou em 2000 com o Palio, inicialmente na versão 1.3 de 16 válvulas. Em 2001, uma versão 1.0 foi lançada, mantendo-se em produção até 2025.
O motor foi atualizado ao longo dos anos, ganhando flexibilidade para rodar com etanol e gasolina a partir de 2003. Outra mudança significativa foi a adoção de variação de fases para ajustar o sincronismo entre o virabrequim e as válvulas, aprimorando o desempenho.
Ao longo de sua trajetória, o motor Fire esteve presente em diversos modelos da Fiat e até em veículos de outras marcas. No Brasil, destacou-se em veículos como Palio, Uno, Siena, Fiorino e Mobi. No exterior, foi utilizado em modelos como o Fiat Panda e o Autobianchi Y10.
Alguns modelos específicos que utilizaram o motor incluem:
Esses veículos representaram diferentes públicos, desde compactos para uso urbano até opções voltadas para o trabalho, como o Fiorino.
As novas regulamentações ambientais do Proconve L8 foram determinantes para o encerramento da produção do motor Fire. Introduzidas em 2025, as regras impuseram limites mais rígidos de emissões de poluentes, forçando a Stellantis a substituir o Fire pelos motores da família Firefly.
Mesmo com atualizações feitas em 2021 para prolongar sua vida útil, o Fire não conseguiu atender aos padrões exigidos. As modificações incluíram melhorias na injeção eletrônica, catalisador e sistemas internos, mas foram insuficientes diante das exigências ambientais.
O motor Fire encerra sua trajetória como um dos mais longevos e icônicos do setor automotivo. Reconhecido por sua simplicidade e confiabilidade, foi amplamente utilizado em veículos voltados tanto para o uso pessoal quanto profissional. No Brasil, marcou uma geração de automóveis populares, sendo sinônimo de praticidade e economia.
Com o fim de sua produção, o mercado brasileiro se despede de um motor que esteve presente em milhões de veículos e deixou um legado de inovações e adaptações ao longo das décadas.
Fonte: Wikipedia, AutoEsporte, Automaistv e OAntagonista.