Menos de um dia depois de decidir uma final, o mesmo personagem que resolveu um título nacional apareceu resolvendo outra coisa bem diferente, a própria exposição pública. Yuri Alberto foi flagrado circulando em São José dos Campos ao volante de um Lamborghini Revuelto, levando o clima de decisão do Maracanã direto para o trânsito comum de uma cidade do interior.
O atacante terminou a temporada como artilheiro do Corinthians, com 19 gols em 58 jogos, e marcou na vitória por 2 a 1 sobre o Vasco, na final da Copa do Brasil, em 2025. Horas depois, sem cerimônia, sem evento fechado e sem controle de imagem, o foco saiu do campo e passou para o carro, identificado rapidamente pela cor laranja e pela bandeira do clube estendida sobre o capô.
O Revuelto não é apenas mais um superesportivo chamativo. Ele marca uma virada concreta na história da Lamborghini ao ser o primeiro modelo de produção em série capaz de rodar em modo totalmente elétrico. Sob a carroceria de fibra de carbono, está um V12 aspirado de 6.5 litros, com 825 cv a 9.250 rpm e 74 kgfm de torque, auxiliado por três motores elétricos. A potência combinada chega a 1.015 cv, número que muda o patamar até dentro do segmento de hipercarros.
Os dados de desempenho ajudam a entender por que qualquer aparição vira assunto. Com câmbio automatizado de dupla embreagem de oito marchas e tração integral, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 2,5 segundos e alcança 350 km/h. Fora da ficha técnica, o preço reforça o impacto, variando entre R$ 7,8 milhões e R$ 8,5 milhões, conforme o ano e a configuração.

Não é a primeira vez que Yuri Alberto associa sua imagem a um Lamborghini. Após o título paulista, no primeiro semestre, ele já havia sido visto dirigindo um Huracán Tecnica LP640-2, avaliado em R$ 4,4 milhões. Essa versão, uma das últimas antes da transição da linhagem Huracán, usa motor V10 5.2 aspirado, com 640 cv e quase 60 kgfm de torque. O exemplar chamava atenção pela cor viola Pasifae, próxima ao roxo usado pelo clube em uniformes alternativos.
O contraste fica ainda maior quando se lembra que, em outras ocasiões, o atacante já apareceu ao volante de um VW Fusca 1973. A mudança não é só de carro, mas de leitura pública, porque cada escolha passa a ser observada fora do ambiente esportivo, onde controle e narrativa são mais previsíveis.
Entre um título recém-conquistado, um superesportivo que simboliza uma nova fase da indústria e a exposição espontânea nas ruas, fica a dúvida sobre como esses episódios passam a pesar na construção de imagem do jogador. Em um cenário em que qualquer deslocamento vira conteúdo, a pergunta que permanece não é sobre o próximo gol, mas sobre quando e onde a próxima aparição vai acontecer.