
O departamento jurídico da BYD registrou em comunicado de 25 de dezembro a vitória, em primeira instância, num processo por difamação na China, com indenização fixada em 2 milhões de yuans, cerca de US$ 285 mil e aproximadamente R$ 1,57 milhão, contra perfis acusados de espalhar informações falsas sobre a montadora. No material consultado, não há referência a data de lançamento no Brasil nem a local de produção ligado ao episódio, que trata de decisão judicial chinesa e de conteúdo publicado em redes sociais.

A ação mirou contas conhecidas como “Long Ge Talks Electric Cars” e “Full Battery New Energy”, citadas em reportagens da imprensa chinesa, incluindo o portal Sina. O entendimento do tribunal foi direto: os perfis teriam fabricado e disseminado conteúdos falsos relacionados à empresa e aos seus produtos, com impacto na reputação comercial da marca em um debate já dominado por disputas sobre veículos elétricos e novas tecnologias.
Na sentença, a ordem não parou no dinheiro. Os réus foram instruídos a interromper imediatamente as publicações consideradas ilícitas, adotar medidas para reduzir os efeitos negativos do material disseminado e efetuar o pagamento da indenização. O valor, segundo o que foi divulgado, levou em conta a avaliação do dano reputacional, mas o processo não trouxe publicamente quais alegações específicas foram classificadas como falsas nem quais plataformas foram usadas, o que mantém uma área cinzenta onde versões competem sem que o leitor consiga ver, com clareza, o que exatamente foi julgado.

O caso é tratado como decisão de primeira instância, segundo o UOL, e, até o momento, não há informação oficial sobre recurso, nem por parte dos influenciadores condenados nem por parte da própria empresa. No comunicado, o jurídico da BYD afirmou que aceita fiscalização pública e críticas baseadas em fatos objetivos, mas reforçou que criadores de conteúdo também estão sujeitos à legislação e que medidas legais continuarão sendo tomadas quando houver ofensas, boatos ou práticas consideradas difamatórias.
“Quando uma empresa leva influenciadores aos tribunais por espalhar mentira, o aviso é direto, falar qualquer coisa na internet pode acabar virando conta para pagar.”
A posição foi reforçada por Li Yunfei, gerente-geral de marca e relações públicas do grupo, ao diferenciar crítica jornalística fundamentada de ataques deliberados promovidos por influenciadores, ainda que essas declarações não façam parte dos fundamentos da decisão. O efeito prático, por enquanto, aparece na forma de recado: em um setor estratégico como o de elétricos, tribunal e indenização viram parte do custo de quem publica acusações sem sustentar o que diz, e a dúvida que passa a rondar qualquer criador é até onde vai a crítica, e em que ponto uma frase vira processo quando a marca decide reagir.