A Ram vive um dos momentos mais estratégicos de sua história recente. Prestes a lançar a nova Dakota 2026, a marca revela um modelo que pretende unir o melhor dos dois mundos: a robustez tradicional das picapes norte-americanas e o refinamento tecnológico exigido pelo consumidor latino-americano. O resultado é um projeto que quer reescrever as regras do segmento médio e ameaçar diretamente rivais como a Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger.
As primeiras imagens oficiais mostram um interior de acabamento premium, com superfícies emborrachadas, telas amplas e desenho que remete à escola de design das Ram maiores. A inspiração vem da Changan Hunter reestilizada, mas o DNA é americano: volante espesso, console largo e comandos posicionados com a ergonomia típica das picapes da marca. O painel digital e a central multimídia ocupam boa parte da cabine, reforçando a proposta de sofisticação e conectividade.

Do lado de fora, o desenho mantém fidelidade ao conceito Dakota Nightfall, apresentado em 2025. A grade com o nome “Ram” vazado, os faróis de LED em formato superior e o capô com tomadas de ar definem a identidade visual do novo modelo. Atrás, o nome Ram aparece em destaque na tampa da caçamba, acompanhado por lanternas redesenhadas que trazem iluminação em LED. O conjunto cria uma presença imponente, mais próxima de uma Ram 1500 do que de uma Fiat Toro.

A versão Warlock, revelada pela Ram do Brasil, deve ser a topo de linha. Ela aposta em visual off-road, rodas maiores e uma pegada mais aventureira, mirando o público que usa a picape tanto no trabalho quanto no lazer. Essa configuração reforça a estratégia da marca de oferecer algo mais robusto e desejável que a Fiat Titano, com quem compartilha a base estrutural e a linha de produção em Córdoba, na Argentina.

Sob o capô, a Dakota 2026 traz o conhecido motor 2.2 Multijet turbo diesel, o mesmo já utilizado por modelos como Fiat Toro e Jeep Commander. Com quatro cilindros, 2.184 cm³ e turbo de geometria variável, entrega 200 cv a 3.500 rpm e 45 kgfm de torque a 1.500 rpm. O propulsor utiliza injeção direta e filtro de partículas com tanque de ureia Arla32, atendendo às normas de emissões mais recentes.

A transmissão poderá ser manual de seis marchas (Magna 6MT) ou automática de oito (ZF 8HP50), mas tudo indica que, no Brasil, a Ram adotará apenas o câmbio automático. O sistema de tração é outro destaque: a caixa Borg Warner oferece três modos de operação — 2H, 4Auto e 4L — permitindo alternar entre tração traseira e integral com ou sem redução. Há ainda bloqueio do diferencial traseiro e assistente de descida, recursos que ampliam a segurança e a capacidade fora de estrada.
A produção começa na Argentina no fim de 2025, com a chegada ao mercado brasileiro prevista para o início de 2026. Posicionada acima da Fiat Titano e abaixo das Ram 2500 e 3500, a Dakota completa a linha da marca no país, oferecendo uma alternativa nacionalizada, potente e sofisticada para quem busca uma picape média de verdade. A estratégia é clara: conquistar um público exigente, disposto a pagar mais por desempenho, tecnologia e imagem de marca — três pilares que sustentam o novo capítulo da Ram na América do Sul.
Fonte: Stellantis.