O Renault Boreal tornou a disputa de Carro do Ano 2026 menos sobre expectativas e mais sobre execução técnica. A vitória amplia a mudança de rota da marca no país e destaca um produto desenvolvido para competir sem concessões no segmento de SUVs médios.

A escolha do Boreal como Carro do Ano 2026 surge num contexto em que o SUV já acumulava outros cinco prêmios. A decisão reforça um movimento mais amplo da Renault, que abandona gradualmente o território de modelos de entrada e assume posição na faixa de SUVs médios mais sofisticados. A marca já havia vencido no ano anterior com o Kardian, mas o Boreal amplia o alcance dessa estratégia. O modelo concorreu com GAC GS4, Volkswagen Tera, Nissan Kicks e Honda WR-V, mas venceu por entregar o conjunto mais equilibrado dentro das métricas avaliadas.
O SUV utiliza motor 1.3 turbo flex, 163 cavalos e 27,5 kgfm, associado ao câmbio DCT de seis marchas e tração dianteira. As dimensões reforçam a proposta de um utilitário de porte convincente, com 4,556 metros de comprimento e 2,702 metros de entre eixos. Os testes apontam aceleração próxima de 9,9 segundos de zero a cem e consumo de 9,8 km por litro na cidade e 13,9 km por litro na estrada, ambos com gasolina. A dinâmica foi descrita como equilibrada, com suspensão voltada ao conforto e respostas adequadas às retomadas.

O Boreal chega em três versões principais. Evolution abre a linha, seguida pela Techno e pela Iconic, que carrega o conjunto mais completo. Os equipamentos incluem multimídia integrada ao ecossistema Google, som Harman Kardon, teto solar panorâmico, câmeras de visão 360 graus, painel digital de dez polegadas, bancos com massagem e pacote ADAS amplo com controle adaptativo de velocidade, centralização de faixa e frenagem autônoma. O porta malas figura entre os maiores do segmento e reforça um argumento prático dentro da proposta familiar.

O SUV é produzido no complexo de São José dos Pinhais e se insere num plano de escala que reduz custos e facilita adoção de tecnologias adequadas ao mercado local. A estratégia conecta o Boreal ao esforço de reposicionar a Renault, que busca ocupar um espaço historicamente dominado por rivais estabelecidos. O acúmulo de prêmios antes mesmo do primeiro ciclo completo de vendas indica uma aceitação sólida entre especialistas e reforça a ideia de que o modelo entrega mais que narrativa publicitária.
O título de Carro do Ano 2026 não serve apenas como sinalização de prestígio. Ele altera a percepção do mercado sobre a capacidade da Renault de jogar entre os líderes de um dos segmentos mais competitivos do país. O Boreal aterrissa com uma ficha técnica coerente, versões bem definidas e um pacote de equipamentos que sustenta a ambição da marca. A vitória reforça que o SUV não depende de expectativa para se manter relevante. Ele vence porque entrega exatamente o que se propõe.
Fonte: AutoEsporte, AutoPapo, Motor1 e RenaultBrasil.