A Fiat lançou em 2013 a série especial Grazie Mille para marcar o encerramento da produção do Fiat Uno Mille, modelo que foi introduzido no mercado brasileiro em 1984. Popular entre os consumidores, o Mille se destacou por sua funcionalidade e por ter sido o precursor dos carros 1.0 no país. Sua produção foi interrompida em dezembro de 2013 devido à obrigatoriedade de airbags e freios ABS em todos os veículos novos fabricados no Brasil.
Pontos Principais:
Apesar do encerramento do Mille, essa não foi a última vez que o nome Uno apareceu no mercado nacional. Em 2010, a Fiat já havia lançado o Novo Uno, que representou uma evolução no design e na proposta do modelo e que se adequava às novas regras de produção de veículos no Brasil. Com um visual mais moderno e voltado a um público jovem, o Novo Uno permaneceu em produção até 2021, consolidando-se como uma continuidade da linha Uno no Brasil.
O Mille original, com design assinado por Giorgetto Giugiaro, trouxe uma abordagem prática e funcional, com excelente aproveitamento de espaço interno e boa visibilidade. Ao longo de seus 30 anos de história, o modelo passou por diversas mudanças. Algumas delas, como a reestilização de 2004, geraram controvérsia entre os fãs, mas o Mille manteve sua relevância.
A série Grazie Mille, limitada a 2.000 unidades, buscou homenagear o legado do modelo original. Entre os diferenciais estão a cor verde Saquarema, adesivos nas laterais, quadro de instrumentos exclusivo e bancos personalizados. Cada unidade também conta com uma placa numerada no console central. O modelo inclui itens de conforto como ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros e som com USB e Bluetooth.
Ao longo dos anos, o Mille desempenhou um papel importante no mercado automotivo brasileiro. Foi pioneiro no segmento de carros populares 1.0 e ajudou a moldar as expectativas dos consumidores em relação a veículos acessíveis e econômicos. Com mais de 3,7 milhões de unidades vendidas, o Mille conquistou um espaço duradouro na memória do mercado nacional.
Apesar do encerramento do Mille em 2013, o Novo Uno deu continuidade à linha até 2021, trazendo novas tecnologias e adequações ao mercado. Agora, a trajetória completa do Uno representa quase quatro décadas de presença no Brasil, consolidando seu impacto na história da indústria automotiva nacional.
O desempenho é marcado pela aceleração de 0 a 100 km/h em 14,7 segundos e velocidade máxima de 153 km/h. O motor dianteiro, transversal, com aspiração natural, possui alimentação por injeção multiponto. São 4 cilindros em linha, cada um com 250 cm³ de cilindrada unitária, totalizando um deslocamento de 999 cm³. O comando de válvulas único no cabeçote é acionado por correia dentada, e cada cilindro possui duas válvulas. A potência máxima é de 65 cv com gasolina e 66 cv com álcool, ambos a 6000 rpm, enquanto o torque máximo é de 9,1 kgfm (G) e 9,2 kgfm (A) a 2500 rpm. A tração dianteira está acoplada a um câmbio manual de 5 marchas, com acoplamento por embreagem monodisco a seco. Peso/potência é de 12,58 kg/cv, e o torque específico é de 9,2 kgfm/litro.
O consumo urbano é de 8,9 km/l com álcool e 12,7 km/l com gasolina. Já na rodovia, os números chegam a 10,7 km/l (A) e 15,6 km/l (G). A autonomia urbana é de 445 km com álcool e 635 km com gasolina, enquanto na rodoviária atinge 535 km (A) e 780 km (G).
O veículo oferece espaço interno para 5 ocupantes, com carga útil de 400 kg e um porta-malas com capacidade de 290 litros. Conta com bancos traseiros rebatíveis, ar-condicionado com controle de uma zona, e vidros elétricos dianteiros. Outros itens incluem direção assistida, rodas de liga leve e ar quente. Para maior praticidade, o modelo também possui rádio com conexão USB e Bluetooth, além de CD player e conta-giros.
O comprimento total é de 3692 mm, largura de 1548 mm, altura de 1445 mm e distância entre-eixos de 2361 mm. A altura mínima do solo é de 146 mm, e a bitola dianteira mede 1337 mm, enquanto a traseira é de 1357 mm. O peso total é de 830 kg. A suspensão dianteira independente McPherson é equipada com molas helicoidais, enquanto a traseira, também McPherson, utiliza feixe de molas semielípticas. Os freios incluem discos sólidos na dianteira e tambores na traseira. A direção possui assistência hidráulica e um diâmetro de giro de 10 metros. Pneus 165/70 R13 são utilizados, inclusive no estepe.
O Grazie Mille foi comercializado naquela época por R$ 31.200, valor considerado competitivo para o pacote de itens oferecido. Diferente de outras edições de despedida, como a Kombi Last Edition, a Fiat optou por um modelo acessível, reforçando sua popularidade e simplicidade.
Apesar do valor na tabela desse Mille ficar em R$ 40 mil hoje em dia, tenha certeza que você não vai encontrá-lo por esse valor, essa é uma versão de colecionador e em sites como Webmotors é possível achar pouquíssimas edições à venda por valores que passam dos R$ 100 mil, você não leu errado. É o típico caso que quem tem um não quer vender e quando quer pede o que acha justo.
Fonte: Stellantis, GuiaDeUsados, Motor1, Wikipedia e Webmotors.