Volitan é o ecranoplano brasileiro: Governo destina R$ 10 milhões para construção de barco voador na Amazônia
O governo federal, em parceria com o setor privado, está investindo R$ 1,6 trilhão em projetos de inovação e desenvolvimento, previstos para serem concluídos até 2029, no âmbito da Missão 3 da Nova Indústria Brasil (NIB). Esse plano tem o objetivo de fortalecer a mobilidade, moradia, saneamento e infraestrutura urbana no Brasil, com um forte enfoque em sustentabilidade. Do montante total, 75% dos recursos vêm da iniciativa privada, reforçando a importância de colaborações público-privadas para alcançar os objetivos do programa.
Entre os projetos financiados pela Missão 3, um dos destaques é o investimento de R$ 10 milhões para o desenvolvimento de um “barco voador” que será utilizado na Amazônia. Esse veículo, que utiliza o efeito solo para se deslocar sobre a água, está sendo criado pela AeroRiver, uma startup da região amazônica. A tecnologia é inspirada nos ecranoplanos, embarcações híbridas de barco e avião desenvolvidas na União Soviética. A versão brasileira poderá transportar até 10 passageiros e alcançar uma velocidade de até 150 km/h, permitindo o transporte em rios mesmo durante os períodos de seca.
Pontos Principais:
- O investimento faz parte da Missão 3 da Nova Indústria Brasil, com previsão de conclusão até 2029.
- AeroRiver, startup amazonense, desenvolve o barco voador inspirado nos ecranoplanos soviéticos.
- Veículo deve atingir até 150 km/h e transportar 10 passageiros, mesmo em períodos de seca.
- Iniciativa envolve parcerias entre setor público e privado, com 75% dos recursos provenientes da iniciativa privada.
A NIB é uma política industrial brasileira lançada em janeiro deste ano com o propósito de incentivar o desenvolvimento econômico, a sustentabilidade e a inovação tecnológica até 2033. A Missão 3 da NIB, que foca em melhorar a qualidade de vida nas cidades brasileiras, considera projetos variados, incluindo soluções de mobilidade, infraestrutura urbana e saneamento básico, com a intenção de promover cidades mais sustentáveis e eficientes.
O “barco voador” em desenvolvimento busca atender às necessidades de transporte em áreas remotas da Amazônia, onde as opções de locomoção são mais limitadas. A proposta é que esse veículo ofereça um meio de transporte ágil e adaptado às condições da região, especialmente em períodos de seca, quando os níveis dos rios diminuem e dificultam a navegação de embarcações convencionais. O governo brasileiro e empresas privadas buscam apoiar esse projeto como parte de uma estratégia para fortalecer a mobilidade e o desenvolvimento regional.
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Durante a cerimônia de anúncio dos investimentos, a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) assinou 11 contratos de subvenção e dois de crédito direto voltados ao desenvolvimento de novas tecnologias no valor total de R$ 220 milhões, com uma contrapartida de R$ 100 milhões das empresas envolvidas. Além do barco voador, outros projetos financiados incluem tecnologias para aviação sustentável, como um turbogerador híbrido movido a etanol, além de pesquisas para a criação de um caminhão elétrico autônomo para uso industrial.
A NIB também abrange o desenvolvimento de centros de pesquisa e tecnologias para reaproveitamento de resíduos, sendo todos os projetos alinhados aos objetivos do governo de incentivar uma indústria mais inovadora e ecologicamente responsável. O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou a importância da cooperação entre os setores público e privado, salientando que esse volume expressivo de investimentos reforça a NIB e contribui para o bem-estar dos cidadãos, ao mesmo tempo em que impulsiona uma indústria com foco em soluções sustentáveis.
O governo espera que as iniciativas no âmbito da Missão 3 tragam melhorias significativas na qualidade de vida, criando infraestrutura e transporte eficientes para milhões de brasileiros, especialmente em áreas remotas ou com acesso limitado. A inovação representada pelo barco voador na Amazônia visa não apenas oferecer uma alternativa de transporte, mas também valorizar tecnologias brasileiras desenvolvidas por empresas locais, como a AeroRiver.
Projetos como o barco voador têm potencial para abrir caminhos para a expansão do uso do efeito solo em outras áreas e, eventualmente, para a popularização de novos meios de transporte. Essa tecnologia representa um avanço no setor de mobilidade fluvial, com possíveis aplicações em outras regiões com características similares, onde o transporte aquaviário enfrenta desafios em determinadas épocas do ano.
A expectativa é que o desenvolvimento dessa e de outras tecnologias de transporte inovadoras contribua para transformar a infraestrutura e os serviços de mobilidade no Brasil, promovendo um modelo de crescimento que privilegia a sustentabilidade e a inovação.
