Volkswagen Nivus da nova geração deverá ser híbrido e pode redefinir o segmento

A nova geração do VW Nivus trocará a base pela MQB Evo, adotará motor 1.5 TSI Evo2 com opção híbrida leve de 48V, será importada do México inicialmente e poderá até mudar de nome para conviver com o modelo atual.
Publicado por em Volkswagen dia

A Volkswagen prepara um salto de ambição para o VW Nivus: a segunda geração projetada para estrear em 2028 chega com plataforma MQB Evo, motorização 1.5 TSI Evo2 (em versões híbridas e aspiradas) e, internamente, debate-se até uma mudança de nome para o novo modelo conviver com a geração vigente. A publicação de 2025 confirmou que boa parte das inovações chegarão por importação, com nacionalização somente prevista para 2031, e que a eletrificação leve de 48V será usada nas versões de topo, elevando o patamar tecnológico do SUV cupê nacional.

Pontos Principais:

  • Nova plataforma MQB Evo substituirá a MQB A0 no Nivus.
  • Motor 1.5 TSI Evo2, com versões híbridas leves de 48V, será destaque.
  • Importação inicial do conjunto híbrido, com nacionalização prevista apenas em 2031.
  • Coexistência com geração atual e possibilidade de mudança de nome para diferenciar posições no mercado.

O ponto central desse plano é a troca da plataforma: sairá a MQB A0 atual, usada no Nivus e em outros VW da linha compacta, para entrar a MQB Evo — derivada da versão usada no T-Roc europeu — com ganhos de rigidez estrutural, eficiência energética e compatibilidade com sistemas híbridos. A adoção dessa base permitirá evoluções que antes eram restritas a segmentos superiores. A motorização de base pode permanecer a linha 1.0 turbo 200 TSI com 128 cv, sem eletrificação, para versões de entrada, mas o motor 1.5 TSI Evo2 será o destaque, com cerca de 150 cv e 25,5 kgfm, operando com ciclo Miller, turbo de geometria variável e desativação de cilindros para otimizar consumo.

Elevação da plataforma MQB Evo abre caminho para eficiência e sofisticação inéditas no segmento Nivus.
Elevação da plataforma MQB Evo abre caminho para eficiência e sofisticação inéditas no segmento Nivus.

Em versões mais sofisticadas, o conjunto será híbrido leve de 48V — um sistema de baixa tensão que dará suporte à sobrealimentação e economia nas cargas moderadas, mas sem entrar no esquema full hybrid ou plug-in. É um passo evolutivo, pensado para o mercado brasileiro, onde a adoção total de híbridos ainda esbarra em custos, infraestrutura e aceitação. Segundo a apuração, esse módulo híbrido e toda a rede elétrica do novo Nivus serão importados do México nos primeiros anos — nacionalização só viria cerca de 2031 —, o que evidencia o cuidado da VW em testar esse salto tecnológico sem comprometer sua fábrica nacional de imediato.

O design do novo Nivus ainda está envolto em sigilo, mas projeções indicam identidade própria, diferenciada do T-Roc europeu, com caixas de roda traseira mais largas, lanternas finas interligadas por filete e coluna C com faixa da cor da carroceria. Segundo colaboradores do centro de design brasileiro, haverá forte influência local no shape, o que reforça que o modelo não será uma mera adaptação importada, mas sim um produto com DNA nacional. O novo modelo deve conviver com a geração vigente, o que abre a possibilidade de ser renomeado para justificar duas linhas simultâneas com posicionamentos distintos.

Internamente, esse cenário aponta para uma estratégia de transição gradual: a geração atual continuará em venda por causa de sua boa performance comercial, enquanto o projeto mais sofisticado e caro estreará com eletrificação e custos elevados. A coexistência permitiria à VW testar o terreno para híbridos sem sacrificar volume de vendas. Esse planejamento sugere que o novo Nivus pode iniciar sua carreira em patamar mais premium, sem perder competitividade nas faixas médias.

Do ponto de vista de mercado, ele estabelece um movimento ambicioso: reconfigurar o patamar tecnológico dos SUVs compactos no Brasil, empurrando os concorrentes a adotarem plataformas híbridas, eletrificação leve e arquitetura modular. Se o consumidor aceitar esse salto, a VW poderá exportar lições para outros mercados e até modificar a nomenclatura global de seus modelos no Brasil.

Fonte: AutoEsporte.

Alan Corrêa
Alan Corrêa
Jornalista automotivo (MTB: 0075964/SP) e analista de mercado. Especialista em traduzir a engenharia de lançamentos e monitorar a desvalorização de usados. No Carro.Blog.br, assina testes técnicos e guias de compra com foco em durabilidade e custo-benefício.