Os combustíveis tiveram aumento significativo de preço em 2024. Gasolina e etanol apresentaram altas expressivas, mas a recuperação da renda das famílias compensou o impacto no orçamento.
Pontos Principais:
Os preços dos combustíveis no Brasil apresentaram variações importantes ao longo de 2024. Em novembro, o preço médio da gasolina comum chegou a R$ 6,194 por litro, registrando alta de 8,3% no acumulado do ano e 7,6% em relação a novembro de 2023. O etanol, por sua vez, acumulou um aumento de 15,1% no mesmo período, alcançando o preço médio de R$ 4,124 por litro.
O diesel, combustível essencial para o transporte de cargas e passageiros, apresentou uma variação mais discreta em comparação aos demais. O diesel S-10 foi comercializado em novembro por R$ 6,158 por litro. Apesar de uma leve alta de 1,0% no acumulado do ano, os preços caíram 1,9% em 12 meses.
Motoristas com veículos flex enfrentaram decisões regionais diferentes para abastecimento, já que o etanol representava 70,2% do preço da gasolina em novembro. A competitividade do etanol foi maior em estados como São Paulo e Mato Grosso, enquanto a gasolina se mostrou mais vantajosa em locais como Ceará, Maranhão e Pará.
O custo para encher um tanque de 55 litros com gasolina comum permaneceu estável, representando 6,4% da renda domiciliar média no terceiro trimestre de 2024, mesmo percentual registrado em 2023. Em capitais, essa proporção foi menor, de 4,3%, também sem variações significativas no ano.
Esse cenário de estabilidade no peso relativo do combustível sobre a renda foi influenciado por fatores econômicos. O crescimento da renda familiar e a redução da taxa de desemprego, motivados por um mercado de trabalho aquecido, contribuíram para aliviar o impacto dos aumentos de preços.
Desigualdades regionais, no entanto, foram evidentes. Nas regiões Norte e Nordeste, encher um tanque correspondia a 10,3% e 8,6% da renda média, respectivamente, enquanto no Sudeste e Centro-Oeste essa relação foi de 5,3% e no Sul, de 5,5%.
A relativa estabilidade no preço do diesel também desempenhou um papel relevante no controle de custos logísticos. O diesel S-10, comercializado a R$ 6,158 em novembro, evitou impactos maiores sobre o custo do frete e, consequentemente, sobre a inflação geral.
Fonte: Fipe.