BYD confirma uso da IA DeepSeek até no Dolphin Mini, seu elétrico mais barato

BYD confirma uso da IA DeepSeek até no Dolphin Mini, seu elétrico mais barato
A BYD anunciou que a inteligência artificial DeepSeek será aplicada em 21 modelos, incluindo o Dolphin Mini. A medida amplia recursos de direção assistida e pressiona concorrentes ao transformar funções avançadas em padrão de linha imediata.
Publicado por em BYD e Tecnologia dia

A BYD decidiu transformar inteligência artificial em algo básico, não privilégio. Quando uma montadora anuncia que 21 modelos receberão o mesmo cérebro eletrônico, inclusive seu carro mais barato, o mercado entende que algo maior está acontecendo.

O movimento surge em um ambiente competitivo em que Tesla, GWM, Geely e Leapmotor disputam espaço e narrativa. Nesse cenário, a BYD busca outra abordagem: escala. O objetivo declarado é tornar a automação tão natural quanto itens essenciais. Em países onde carros acessíveis raramente recebem tecnologias de ponta, ver o Dolphin Mini equipar um sistema completo de sensores e câmeras joga luz sobre o reposicionamento da marca. Não é promessa de futuro distante, é implementação direta.

A lógica de engenharia reforça a estratégia. A DeepSeek chega como parte do sistema Olho de Deus, que concentra direção assistida, estacionamento remoto e navegação autônoma em rodovias. O Dolphin Mini, carro de entrada da marca no Brasil, contará com 12 câmeras e 17 sensores distribuídos pelo veículo. Em modelos mais avançados, componentes adicionais elevam a capacidade de processamento a outro patamar. O discurso técnico, traduzido para o dia a dia, significa menos esforço cognitivo para o motorista e mais autonomia operacional para o carro.

A virada de software que encurta distâncias

A BYD decidiu levar inteligência artificial para onde ninguém esperava. A DeepSeek chega a 21 modelos, incluindo o Dolphin Mini, e redefine o padrão tecnológico da marca.
A BYD decidiu levar inteligência artificial para onde ninguém esperava. A DeepSeek chega a 21 modelos, incluindo o Dolphin Mini, e redefine o padrão tecnológico da marca.

A ampla adoção da DeepSeek cria uma linha clara entre marcas que enxergam IA como diferencial e aquelas que já a tratam como infraestrutura. Ao colocar recursos sofisticados em veículos de grande circulação, a BYD desloca parte da discussão sobre custo benefício. A automação deixa de ser marcada por luxo e passa a ser critério de volume. A Tesla vende funções semelhantes a partir de trinta e dois mil dólares, mas a BYD parece apostar que o impacto real está em quantas pessoas têm acesso, não em quanto elas pagam.

O Dolphin Mini como símbolo da nova fase

O BYD Dolphin Mini 2026 é o exemplo mais contundente da estratégia. Ele é o elétrico de entrada da BYD no Brasil, mas recebe a mesma espinha dorsal digital dos modelos superiores. Isso cria expectativa renovada entre consumidores urbanos, que passam a ver tecnologia de automação como parte da experiência mínima aceitável. Recursos como estacionamento remoto, antes associados a carros caros, tornam se elementos de uso cotidiano.

A adoção da DeepSeek insere a BYD em um patamar diferente dentro da disputa global de elétricos. A marca passa a ditar o ritmo ao levar automação para o volume, enquanto concorrentes ainda calibram suas ofertas. Ao transformar IA em padrão, a empresa redefine o que o consumidor deve esperar de qualquer carro elétrico.

Fonte: G1.

Alan Corrêa
Alan Corrêa
Jornalista automotivo (MTB: 0075964/SP) e analista de mercado. Especialista em traduzir a engenharia de lançamentos e monitorar a desvalorização de usados. No Carro.Blog.br, assina testes técnicos e guias de compra com foco em durabilidade e custo-benefício.