Registrado no INPI, com lançamento previsto para o último trimestre de 2026 e produção confirmada em Camaçari (BA), o BYD Dolphin reestilizado chega ao Brasil depois de uma etapa de apuração técnica feita na China, onde o hatch já circula com mudanças visíveis de carroceria, interior e sistemas eletrônicos que antecipam como o modelo pretende se manter relevante no próximo ciclo.
“Quem está de olho no novo BYD Dolphin pode esperar um elétrico mais maduro no porte e no uso diário, com cabine melhor resolvida e foco claro em conforto e tecnologia, mas a decisão vai girar em torno de timing, comprar o elétrico renovado em 2026 ou aguardar a chegada da versão híbrida flex em 2027.”
Quem já adotou um elétrico como carro principal sabe que a relação muda rápido. O trajeto diário deixa de ser apenas deslocamento e passa a ser teste constante de espaço, silêncio, conectividade e conveniência. É nesse cotidiano que o Dolphin 2026 entra, maior por fora e mais organizado por dentro, tentando resolver pequenas frustrações que só aparecem depois de meses de uso repetido, não em ficha técnica ou foto de lançamento.
A carroceria cresce 16 cm e chega aos 4,28 m de comprimento, um número que muda a leitura do carro na rua e na garagem, mas sem comprometer o que faz diferença em manobra. Altura de 1,57 m, largura de 1,77 m e entre-eixos mantido em 2,70 m mantêm o Dolphin dentro do território urbano, aquele em que vaga curta e corredor apertado fazem parte da rotina. O porta-malas segue com 345 litros, o suficiente para compras, mochila, carrinho dobrável e aquela mala que sempre entra no limite.
O desenho acompanha essa mudança de postura. Na frente, os faróis ganham novo formato e passam a ser contornados pelo DRL, enquanto o para-choque abandona volumes exagerados. Atrás, a assinatura continua com lanternas interligadas, mas a retirada da inscrição “Build Your Dreams” deixa apenas BYD em destaque. É uma traseira mais limpa, que envelhece melhor e conversa com quem prefere identificação direta à frase de efeito.
Ao abrir a porta, a mudança fica mais clara porque interfere no gesto. O console central foi redesenhado e o seletor de marchas que ficava abaixo da central multimídia sai de cena. No lugar, a troca vai para a coluna de direção, solução que libera espaço e simplifica a ação de sair do P, engatar D e seguir. O volante é novo, o número de botões físicos diminui e as telas crescem. O painel de instrumentos digital passa de 5″ para 8,8″, enquanto a central multimídia mantém 12,8″, agora com layout redesenhado, mais direto e menos carregado.
O uso diário aparece nos detalhes. O carregador de celular por indução muda de posição e fica mais acessível. O espaço liberado no console abre caminho para algo incomum no segmento: um compartimento que funciona como mini geladeira ou aquecedor. No trânsito parado, no deslocamento curto entre compromissos ou na espera dentro do carro, isso altera a experiência de forma prática, sem precisar de discurso.
Na parte mecânica, o Dolphin 2026 mantém o que já é conhecido no Brasil. As duas opções de motor elétrico seguem com 95 cv na versão GS e 204 cv na Plus. A atualização aparece na bateria, que passa a ter 45,1 kWh em ambas as versões. No ciclo chinês CLTC, a autonomia declarada sobe para 410 km e 420 km, números que reduzem a necessidade de planejamento obsessivo e tornam o carro mais previsível na rotina.
Na China, existe ainda uma configuração inédita, com potência de 177 cv e bateria maior, de 60,5 kWh, capaz de rodar até 520 km no mesmo padrão de medição. A chegada dessa versão ao Brasil ainda não foi confirmada, mas ela já serve como termômetro do quanto o Dolphin pode crescer em desempenho e alcance se houver espaço de mercado.
O pacote de tecnologia acompanha essa evolução. O sistema God’s Eyes reúne 12 câmeras e cinco radares ultrassônicos, permitindo visão 360 graus, assistente de permanência em faixa, alerta de fadiga, frenagem autônoma de emergência e reconhecimento de placas. A expectativa é que parte desse conjunto seja oferecida por aqui, porque o hatch elétrico deixou de competir apenas por preço e autonomia e passou a disputar atenção em segurança ativa e assistência ao motorista.
O planejamento da marca vai além do elétrico puro. Está indicado que, em 2027, o Dolphin terá uma versão Dolphin híbrida flex, também produzida em Camaçari (BA). Essa informação muda a conversa para quem hoje já vive com tomada, aplicativo de recarga e tempo contado entre compromissos. A possibilidade de alternar fontes de energia amplia o alcance do modelo e adiciona uma camada de segurança para quem não quer depender de infraestrutura irregular.