A dúvida sobre comprar agora o BYD Song Pro ou esperar a chegada da versão flex virou um daqueles temas que circulam entre consumidores, varejistas e consultores de frota. Não é um dilema teórico, é uma escolha que mexe com bolso, hábito de uso e o rumo dos SUVs híbridos no Brasil. O ponto que acende essa discussão é simples, o modelo atual tem uma condição comercial agressiva, mas a linha prevista para 2027 traz uma mudança que conversa diretamente com o comportamento do motorista brasileiro.

O foco está no novo conjunto híbrido flex antecipado pelo protótipo exibido pela BYD na COP30. A marca prepara um motor 1.5 capaz de entregar praticamente o mesmo rendimento com etanol ou gasolina, algo que coloca o Song Pro em um caminho que nenhum concorrente segue com a mesma lógica. Num país onde o preço do combustível muda o humor do motorista de uma semana para outra, poder alternar sem perda de eficiência é um recurso que impacta o custo real de uso, não só a ficha técnica.
Hoje, o Song Pro vendido no Brasil opera com o conjunto híbrido plug in já conhecido, eficiente e competitivo. E aqui entra o primeiro ponto que pesa a favor da compra imediata. A BYD posicionou o modelo 2026 com um desconto expressivo para CNPJ, baixando o valor de R$ 189.990 para R$ 159.990. No segmento de SUVs eletrificados, esse tipo de abatimento não tem paralelo. Jeep Compass 4xe e Toyota Corolla Cross Hybrid continuam acima, mesmo quando entram em campanhas de varejo.
A linha 2027 não deve alterar a estrutura geral do SUV, mas traz pequenas evoluções. O protótipo usado como referência mostra uma frente redesenhada, com linhas mais marcantes e grade revista. No interior, há a possibilidade de adoção do pacote estreado na China em 2024, com a tela de 15,6 polegadas substituindo a atual de 12,8, além do software mais rápido e das revisões de materiais e ergonomia. Nada revolucionário, mas suficiente para deixar o conjunto mais moderno.
Esses avanços colocam o SUV da BYD em posição interessante frente aos rivais. O Toyota Corolla Cross ainda é o híbrido mais tradicional do segmento, porém seu sistema não trabalha com etanol da mesma forma que o conjunto previsto para o BYD. Já o Jeep Compass 4xe oferece mais potência, mas cobra caro por isso e não entrega a mesma autonomia elétrica. A possibilidade de ter um híbrido plug in que aceita etanol sem perda de eficiência cria um diferencial que conversa diretamente com o mercado brasileiro, onde o combustível renovável é rotina e não exceção.

Para quem pensa na compra agora, a pergunta é objetiva. Etanol faz parte da sua rotina ou não? Se não faz, o Song Pro atual resolve a equação, entrega boa eficiência, tem pacote completo e, principalmente, vem com um preço que dificilmente será repetido quando a versão flex estrear. O consumidor que decide com foco econômico encontra no modelo atual a melhor combinação entre produto e condição comercial.
Quem valoriza o motor bicombustível encontra razões para esperar. A BYD trabalha para melhorar rendimento e eficiência do 1.5, algo que pode influenciar o consumo real principalmente em deslocamentos longos. A cabine com tela maior e acabamento revisado adiciona um ganho de uso diário que só aparece quando o carro já está na garagem, não no material promocional.
A escolha entre comprar e esperar não tem vencedor universal. Cada caminho entrega uma vantagem distinta. Agora, há preço forte e disponibilidade imediata. Depois, virá um conjunto mais alinhado ao combustível que o brasileiro mais gosta de usar. No fim da linha, quem decide é o relógio pessoal de cada comprador, e a estratégia que ele quer adotar para os próximos anos.