O Chery Tiggo 7 tenta provar que amadureceu. Com visual alinhado ao Tiggo 8 Pro e interior mais refinado, o SUV chinês busca convencer um público que valoriza aparência e tecnologia, mas ainda desconfia da consistência da marca. É uma aposta ousada, especialmente num segmento onde credibilidade pesa tanto quanto potência.

O novo Tiggo 7 impressiona de imediato pelo visual. A dianteira adota faróis herdados do Tiggo 8 Pro, com uma nova grade cromada e para-choque mais esportivo. Atrás, as lanternas interligadas trazem elegância, e os recortes laterais deixam o conjunto mais moderno. O interior também surpreende: o painel foi redesenhado, o volante é novo e o console central ganhou uma manopla de câmbio mais ergonômica.
A sensação de cabine tecnológica é reforçada pela integração do cluster digital e da central multimídia numa única moldura, algo comum em SUVs premium. O acabamento, antes criticado, agora exibe texturas mais agradáveis e menos plásticos duros, mostrando que a Chery está aprendendo com o tempo e com a crítica.

Por trás da nova carroceria, o Tiggo 7 mantém a mesma base mecânica. O motor 1.5 turbo de 150 cv ou o 1.6 de 187 cv seguem competentes, mas sem grandes mudanças. Isso gera a sensação de que o avanço ficou na estética, enquanto a dirigibilidade e o consumo continuam sem saltos relevantes.
Outro ponto sensível é o pós-venda. Embora a Caoa Chery tenha melhorado a rede e a disponibilidade de peças, o custo de manutenção e o valor de revenda ainda afastam parte dos consumidores. O design pode atrair olhares, mas o histórico da marca ainda pesa na decisão de compra.

Para quem busca um SUV de uso urbano, o Tiggo 7 continua confortável. A posição de dirigir elevada, o bom espaço interno e o porta-malas generoso favorecem famílias. O isolamento acústico evoluiu, e a suspensão filtra bem as irregularidades. No trânsito, a resposta do câmbio CVT é suave, embora um pouco lenta nas retomadas.
Na estrada, a estabilidade inspira confiança, mas falta aquela sensação de vigor que rivais turbinados entregam. Ainda assim, o modelo é adequado para viagens longas, especialmente nas versões híbridas, que prometem consumo mais equilibrado.
Comparado a SUVs como Jeep Compass, GWM Haval H6 e Toyota Corolla Cross, o Tiggo 7 ainda tem uma relação custo-benefício forte, mas peca em imagem e acabamento fino. O chinês entrega muito por menos, porém ainda não alcança o refinamento e a precisão de seus concorrentes mais tradicionais.
O visual atualizado e o novo interior certamente elevam o status do modelo, mas não são suficientes para mudar seu posicionamento no mercado. É uma boa opção racional, mas ainda longe de ser o SUV desejado por quem busca prestígio e pós-venda sólido.
O novo Tiggo 7 é um passo importante na tentativa da Caoa Chery de se consolidar como marca confiável. O design atualizado e o interior mais refinado mostram um amadurecimento claro, fruto de observação e aprendizado com o mercado. O SUV finalmente transmite a sensação de modernidade e cuidado estético que faltava nas gerações anteriores, e isso já o torna mais atraente para quem antes o via com desconfiança. Mesmo assim, o modelo ainda enfrenta o desafio de provar que evoluiu por dentro na mesma medida em que mudou por fora. Falta consistência na mecânica e uma experiência pós-venda que passe segurança. O Tiggo 7 2026 é um SUV melhor, mas ainda parece em busca de uma alma própria — o visual conquistou o público, agora a missão é conquistar a confiança.
Fonte: QuatroRodas.