Compra de carro usado: Cuidados essenciais para uma negociação segura

Ao comprar um carro usado, é necessário ir além da aparência. Verificar o histórico do veículo, a quilometragem, o estado do motor, câmbio, suspensão, pneus e sistemas elétricos pode evitar dores de cabeça. A pintura e a carroceria também revelam sinais importantes sobre a história do carro. Com essas verificações, é possível fazer uma compra mais segura e justa, garantindo que o valor pago corresponda ao estado real do veículo.
Publicado em Usados dia 26/09/2024 por Alan Corrêa

O mercado de carros usados continua em alta no Brasil, especialmente diante do aumento significativo dos preços dos veículos nos últimos anos. Segundo a Fenauto, foram vendidos 6,4 milhões de carros usados até agosto de 2024, um volume cinco vezes maior do que os carros novos, que somaram 1,19 milhão de unidades no mesmo período.

Pontos Principais:

  • Histórico completo do veículo é essencial para evitar problemas legais.
  • Verificar a quilometragem e o estado de desgaste das peças pode indicar a idade real do carro.
  • Atentar-se ao estado do motor, câmbio e suspensão pode evitar custos com manutenção.
  • Checar o sistema elétrico e a presença de airbags é fundamental para a segurança do comprador.

Apesar do preço mais acessível, comprar um carro usado exige atenção redobrada para evitar problemas no futuro. A seguir, estão pontos fundamentais para verificar antes de concluir a compra de um carro usado.

Histórico do carro

O primeiro passo ao comprar um carro usado é verificar seu histórico. Isso pode ser feito por meio do número de Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), que permite o acesso a informações como o número de proprietários anteriores, multas e sinistros. Além disso, é possível consultar o histórico de acidentes graves e verificar se o veículo foi roubado ou furtado.

Para garantir que não haja surpresas, é recomendado emitir um laudo cautelar. Essa medida pode evitar problemas com documentação ou veículos envolvidos em acidentes graves. Especialistas do setor automotivo indicam que o laudo é uma forma eficiente de evitar golpes.

Outros dados importantes a serem observados no histórico incluem pendências de IPVA, seguro obrigatório e licenciamento. A documentação regular é essencial para garantir uma negociação segura.

Quilometragem do veículo

A quilometragem é um dos principais indicativos de uso do veículo. Um carro costuma rodar em média 15 mil quilômetros por ano. Ao verificar a quilometragem no odômetro, é importante observar se os números são coerentes com a idade do carro.

Caso a quilometragem seja muito alta ou muito baixa para a idade do veículo, é necessário investigar. Itens como desgaste nas pastilhas de freio, lanterna desbotada e sinais de uso no volante e nos pedais podem indicar que a quilometragem foi alterada. Outra verificação simples é o estado do tapete do motorista, que tende a se desgastar mais rapidamente em comparação aos tapetes dos passageiros.

O mercado de carros usados é uma alternativa atraente para quem busca economia, especialmente diante dos altos preços dos veículos novos. Contudo, comprar um carro usado exige uma série de cuidados essenciais para garantir que o veículo esteja em boas condições e que o comprador não seja surpreendido por problemas mecânicos ou documentais.

Motor e câmbio

O motor e o câmbio do carro precisam ser analisados com atenção. Vazamentos de óleo, por exemplo, podem ser sinais de problemas mecânicos. Além disso, um motor mal conservado pode gerar custos elevados após a compra.

A avaliação da correia de motor é outro ponto crucial. Carros que utilizam correia banhada a óleo precisam de cuidados específicos, como o uso correto do lubrificante. Um óleo inadequado pode comprometer o motor e aumentar o consumo de combustível. Já no caso de veículos com câmbio manual, é importante observar o funcionamento da embreagem. Se o pedal estiver com curso muito curto ou muito longo, pode ser necessário reparo.

Nos carros automáticos, as trocas de marcha precisam ocorrer de maneira suave. Caso o câmbio apresente trancos ou dificuldades, o custo de reparo pode ser alto, impactando o valor do veículo.

Suspensão e pneus

A suspensão e os pneus do carro são bons indicativos da sua idade real. Um veículo mais novo tende a ser mais alto, pois as molas da suspensão ainda não foram tão exigidas pelo peso. Amortecedores desgastados e molas mais baixas podem indicar que o carro já rodou bastante, mesmo que o odômetro sugira o contrário.

Os pneus também precisam ser analisados. Além do desgaste visível, é importante verificar o código DOT (Department of Transportation), que indica o ano de fabricação do pneu. Pneus muito novos em carros mais antigos podem sugerir que houve substituição recente para mascarar a idade do veículo.

Sistema elétrico e airbags

No painel de instrumentos, luzes como as de injeção eletrônica, ABS, controle de estabilidade e óleo precisam acender ao dar a partida no carro e apagar em seguida. Se alguma dessas luzes permanecer acesa, isso pode indicar problemas no sistema elétrico.

Outro item importante a ser verificado é o airbag. Carros que já passaram por colisões podem ter o airbag removido sem o conhecimento do comprador. Um scanner automotivo pode identificar falhas no sistema elétrico e alertar para possíveis problemas no sistema de segurança do carro.

Além disso, é essencial verificar o funcionamento de itens como vidros elétricos, travas e o sistema de som. Um teste simples pode identificar falhas e prevenir gastos futuros.

Pintura e carroceria

A pintura e a carroceria do veículo também precisam ser inspecionadas com cuidado. Frestas entre as portas, o capô e o para-lama podem indicar desalinhamento, o que sugere que o carro passou por reparos após um acidente. Ao verificar a pintura, evite fazê-lo sob luz solar direta ou quando o carro estiver molhado. Sob luz artificial, é possível notar ondulações na lataria que podem ser sinais de má reparação.

No interior do veículo, o estofamento e o acabamento também são indicadores importantes do estado de conservação. Desgaste excessivo nos bancos e no painel pode sugerir que o carro rodou mais do que o esperado.

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Fonte: G1.