Cada vez mais vemos nas ruas veículos com o sistema GNV instalado. Não há dúvida que o baixo custo de consumo é o principal atrativo. Por outro lado, muitos motoristas não fazem a conversão pois a instalação ainda sai dispendiosa e a rede de abastecimento é escassa. Tudo isso podia ser resolvido se o Brasil investisse mais na exploração do GNV e dependesse menos da importação.
Devido os constantes aumentos nos combustíveis, tanto a gasolina como a etanol, surgiu a necessidade de encontrar meios alternativos mais econômicos e que agredissem menos o meio ambiente.
É assim que começa os investimentos no uso do GNV (Gás Natural Veicular), que consegue ser mais rentável e com baixa emissão.
Embora a potência seja inferior em relação à gasolina, a carburação do GNV é mais direta se comparada ao etanol, sobretudo a partida a frio. Além disso, a combustão é mais limpa e desgaste menos o motor.
Depois de uma fase de experimentos, o GNV no Brasil passou a ser comercializado nos veículos a partir 1991, no Rio de Janeiro, em um posto da rede Ipiranga. Antes, apenas os ônibus podiam testar o sistema de gás.
O primeiro veículo a experimentar o GNV foi um Opala, que recebeu o kit importado da Itália. A partir de então, tanta a imprensa como os órgãos de metrologia passaram a analisar o novo meio de abastecimento. Hoje em dia já temos até Siena preparado para GNV.
O gás natural além de beneficiar o bolso dos motoristas estimula a economia do país. Por isso, o governo tem incentivado a conversão dos veículos através de reduções fiscais e tributárias.
O meio ambiente também agradece, com a redução em 65% de emissão de poluentes, principalmente o dióxido de carbono.
Outra vantagem do GNV é no rendimento: enquanto os veículos a etanol, em geral, gastam um litro por 7 km, um veículo com gás natural pode percorrer 13 km por metro cúbico.
O GNV também pode resolver outro grave problema nos meios de abastecimento: a adulteração. Ao contrário dos combustíveis comuns, a adulteração do gás natural é muito complexa, além de existir um maior controle pela ANP.
O GNV é formado por uma mistura de hidrocarbonetos leves, sobretudo metano e etano, oriundos das regiões marítimas ou arenitos no subsolo ou em rochas calcárias e porosas.
O gás natural não tem cheiro. Aquele odor que sentimos do gás natural é artificial, introduzido como sinal de alarme para evitar acidentes.
O gás natural já é de uso habitual em residências, hotéis e indústrias, mas a nível veicular não se tornou ainda convencional.
A instalação do GNV implica em um investimento alto, que deve ser realizado em postos especializados e credenciados pelo Inmetro. Contudo, o retorno em curto prazo é garantido.
Algumas montadoras, inclusive, já realizam a preparação do motor e chassis para o uso de GNV, bastando depois realizar a conversão e instalação em uma concessionária autorizada.
Também existem tecnologias mais avançadas do sistema de GNV que permitem regular automaticamente a melhor opção de combustível para o seu veículo de acordo com a potência necessária.
No Brasil, as principais reservas de gás natural estão no fundo do oceano, sendo exploradas por diversas empresas, entre as quais se destaca a Petrobrás. Aliás, da mesma maneira que o petróleo.
Mas o uso de GNV no Brasil, ainda que escasso, não é suficiente para se auto sustentar. Deste modo, a importação se faz necessária através do gasoduto com a Bolívia.
A exploração de GNV tem sido muito promissora, devido o crescimento do mercado, mas a produção ainda é pequena, bem como o número de postos de abastecimento.
De acordo com ANAP, existem 40.000 postos de combustíveis aptos para o fornecimento de GNV, que estão localizados sobretudo no litoral do país. Por outro lado, regiões centrais, como Brasília, não tem acesso aos postos.
Uma medida paliativa está sendo feita com o abastecimento por carretas feixe de gás natural comprimido (GNC) de acordo com a resolução 41 da ANP.