A Fiat decidiu enterrar de vez a velha alavanca do freio de mão na Toro 2026. No lugar dela, agora existe um botão discreto que aciona o freio de estacionamento eletrônico, com direito à função Auto Hold para segurar o carro sozinho em semáforos ou ladeiras. É mais moderno, mais limpo visualmente e dá aquela sensação de carro futurista. Mas será que isso é realmente bom para quem vive o dia a dia com a picape?
Na prática, o freio eletrônico é prático. Não exige força, funciona com um toque e conversa com outros sistemas do carro. O Auto Hold, por exemplo, é útil em trânsito pesado: você tira o pé do freio, conversa com o passageiro e o carro continua parado sem rolar para frente ou para trás. É um avanço em conforto e segurança que muita gente que testou não quer mais viver sem.

Por outro lado, essa tecnologia traz uma dependência que o freio mecânico não tinha: eletricidade. Se a bateria da Toro morrer, não adianta puxar uma alavanca e sair empurrando. O sistema fica travado e só libera com energia ou por um mecanismo de emergência, que nem todo motorista conhece — e, pior, pode exigir ferramentas ou até guincho.
Também tem a questão da manutenção. Um cabo de aço de freio mecânico é barato e simples de trocar; um módulo eletrônico e motores de pinça, nem tanto. Reparos desse tipo podem custar caro e nem toda oficina de bairro está preparada para mexer em sistemas desse tipo. É o tipo de peça que costuma manter o dono dependente da rede autorizada.
Além disso, há o fator psicológico. Para muita gente, puxar a alavanca do freio de mão é quase um ritual, seja para parar o carro ou para garantir aquela segurança extra em ladeira. Apertar um botão, por mais eficiente que seja, não passa a mesma sensação de controle direto sobre o veículo.
No fim, o freio eletrônico da Toro 2026 representa bem o momento da indústria automotiva: mais tecnologia, mais integração e mais conforto, mas também mais dependência de eletrônica e menos simplicidade. É uma troca que divide opiniões — entre quem vê modernidade e quem enxerga mais um motivo para sentir falta do “velho e bom” freio de mão.
Fonte: Stellantis.