A possibilidade de uma nova paralisação de caminhoneiros voltou ao debate nacional após a prisão definitiva de Jair Bolsonaro, reacendendo um tema que historicamente pressiona governo, economia e logística em poucos dias.
O deputado Zé Trovão, uma das vozes mais influentes da categoria, tratou de frear a movimentação antes que ganhasse força nas redes sociais. Ele afirmou que uma greve agora poderia ampliar a tensão política, ampliando o risco para o próprio ex-presidente. Segundo ele, a orientação que circula entre aliados é clara, qualquer ação só deve ocorrer com aval direto da família Bolsonaro.
A mobilização de caminhoneiros é um instrumento de pressão que costuma ter impacto rápido na cadeia de abastecimento. Parte da base bolsonarista enxergou na prisão do ex-presidente um gatilho para protestos, mas Zé Trovão avaliou que uma paralisação abriria margem para uma reação dura do ministro Alexandre de Moraes, ampliando o desgaste político e jurídico do grupo.
O processo de Bolsonaro transitou em julgado em 25 de novembro, e Moraes determinou o início do cumprimento da pena na sede da Polícia Federal em Brasília, onde o ex-presidente está detido desde 22 de novembro.
Segundo o Metropoles, deputados do PL afirmam que qualquer ação articulada depende do núcleo da família Bolsonaro, que tem atuado para evitar movimentos espontâneos. A prioridade, segundo aliados, é pressionar o Congresso pela votação de uma anistia, estratégia considerada mais pragmática do que protestos nas rodovias.
Os próximos dias devem girar em torno da articulação política no Congresso e da capacidade dos aliados de manter a mobilização sob controle. Uma paralisação, por enquanto, segue distante, mas o tema continua sensível e pode mudar de direção rapidamente caso o núcleo político bolsonarista sinalize outro caminho.