O lançamento do GWM Haval H9 marca uma nova etapa da estratégia chinesa no Brasil. Produzido em Iracemápolis (SP), o SUV chega com a proposta de oferecer espaço generoso para sete ocupantes, ampla lista de equipamentos e uma etiqueta agressiva de R$ 319 mil. Ao se posicionar bem abaixo do preço inicial do Toyota SW4 e do Chevrolet Trailblazer, o modelo pretende abalar a hegemonia dos utilitários tradicionais com carroceria sobre chassi.
O conjunto mecânico repete a configuração já vista na picape Poer P30, com motor 2.4 turbodiesel de 184 cv e torque de 48,9 kgfm, acoplado a um câmbio automático de nove marchas. A tração 4×4 conta com bloqueio dos diferenciais central e traseiro, conferindo ao jipão capacidade real de enfrentar situações fora de estrada. Ainda assim, sua potência é inferior à de rivais diretos, como o Pajero Sport e o Trailblazer, o que o coloca em uma posição interessante no equilíbrio entre desempenho e custo.

O estilo retoma a escola dos utilitários clássicos, com linhas quadradas, faróis arredondados integrados a uma grade cromada de grandes dimensões e vincos bem marcados no capô. O design tem inspiração em modelos como o novo Defender e traz soluções práticas, como o estribo retrátil que auxilia o acesso. Com 4,95 metros de comprimento e 2,85 m de entre-eixos, supera os concorrentes em dimensões, o que garante espaço interno acima da média.

Na cabine, o H9 combina elementos rústicos com recursos de última geração. Há duas telas digitais, uma de 10 polegadas para o quadro de instrumentos e outra de 14,6 polegadas para a central multimídia, compatível com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. O pacote inclui teto solar panorâmico, ar-condicionado de três zonas, carregador por indução e bancos dianteiros com ajustes elétricos. Embora o acabamento use plásticos rígidos em vários pontos, os assentos oferecem conforto, com direito a aquecimento.

A segunda fileira de bancos corrediços facilita o acesso à terceira, que surpreende pelo espaço, ainda que seja mais adequada a crianças ou adultos em trajetos curtos. O porta-malas varia de 88 litros com todos os assentos montados a 791 litros com duas fileiras, números que superam os principais concorrentes. Recursos de conveniência, como tomadas USB e saídas de ar dedicadas para quem viaja atrás, reforçam o caráter familiar.

A lista de segurança inclui pacote Adas de nível 2, com controle de velocidade adaptativo, frenagem autônoma de emergência e monitoramento de ponto cego, além de seis airbags de série. A câmera 360° com função de visão do solo auxilia em manobras e no uso fora de estrada. A suspensão independente multilink na traseira e os braços sobrepostos na dianteira oferecem um nível de conforto adequado, mesmo em condições severas.

Nos testes iniciais, o H9 mostrou boa aptidão para encarar obstáculos, com ângulo de ataque de 31°, saída de 25° e capacidade de imersão de até 800 mm. O peso de 2.525 kg influencia na resposta da direção e nos 13 segundos do 0 a 100 km/h, mas o torque entregue em baixa rotação ajuda a compensar. Já os freios, mesmo a disco nas quatro rodas, exibiram pedal esponjoso, o que exigiu maior esforço em frenagens fortes. O consumo médio divulgado pela GWM é de 9,1 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada, números próximos aos do Toyota SW4.
Fonte: AutoEsporte e Gwmmotors.