Primeiro carro movido a etanol do mundo: Fiat 147 celebra os 45 anos

Em 1979, a Fiat lançou o Fiat 147, o primeiro carro movido a etanol produzido em série no mundo. Este evento marcou um ponto significativo na história automotiva, destacando a inovação brasileira no desenvolvimento de tecnologias de combustíveis alternativos.
Publicado em História dia 9/07/2024 por Alan Corrêa

Em 1979, a Fiat do Brasil fez história ao lançar o Fiat 147, o primeiro carro movido a etanol produzido em série no mundo. Esse modelo marcou um ponto significativo na indústria automotiva, mostrando a capacidade da engenharia brasileira em desenvolver tecnologias alternativas de combustível. O apelido “Cachacinha” foi dado ao modelo devido ao cheiro característico emitido pelo escapamento.

O desenvolvimento do Fiat 147 movido a etanol começou em 1976, em resposta à primeira crise do petróleo de 1973, que levou governos e fabricantes a buscarem alternativas ao consumo de gasolina. No Brasil, o Governo Federal lançou o Programa Nacional do Álcool (ProÁlcool) em 1975, incentivando a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar.

O Fiat 147 participou do Salão do Automóvel de São Paulo em 1976 como protótipo. Após diversas melhorias técnicas e testes rigorosos, o modelo foi finalmente lançado em 1979, estabelecendo um marco na história automotiva.

Inovações e Desenvolvimento Técnico

O Fiat 147 foi o primeiro modelo fabricado no Polo Automotivo de Betim, em 1976. O veículo apresentava várias inovações para a época, como motor em posição transversal, coluna de direção retrátil, pneus radiais e para-brisa de vidro laminado. Além disso, o estepe foi colocado dentro do compartimento do motor, otimizando o espaço interno do carro.

As pesquisas para o desenvolvimento do motor a etanol começaram logo após a criação do ProÁlcool. O objetivo era reduzir a dependência da gasolina, promovendo o uso de combustíveis alternativos. Em 1978, um Fiat 147 realizou um teste de resistência percorrendo 6.800 quilômetros pelo Brasil em 12 dias, com variações climáticas significativas.

A produção do Fiat 147 a etanol envolveu aprimoramentos contínuos e testes exaustivos para garantir a viabilidade do motor. Esses esforços culminaram na criação de um modelo eficiente e pioneiro, que influenciou o desenvolvimento de tecnologias de combustível no Brasil.

Legado do Fiat 147

O Fiat 147 deixou um legado duradouro na indústria automotiva brasileira. O modelo demonstrou a viabilidade do etanol como combustível alternativo, impulsionando a adoção de motores flex no Brasil. Hoje, a tecnologia flex é predominante na frota brasileira de veículos leves, destacando o impacto do Fiat 147 na descarbonização do setor automotivo.

Alexandre Aquino, vice-presidente da Marca Fiat para a América do Sul, ressaltou a importância do Fiat 147 na história automotiva e seu papel na promoção do etanol como combustível eficiente em termos de emissões. O modelo é considerado um ícone que influenciou gerações de engenheiros e consumidores.

A primeira unidade do Fiat 147 a etanol faz parte do acervo de clássicos da Fiat, simbolizando o pioneirismo e a inovação da marca. O veículo é um marco não apenas para a Fiat, mas também para a engenharia automotiva brasileira e a busca por soluções mais sustentáveis.

Impacto no Mercado Automotivo

O lançamento do Fiat 147 a etanol teve um impacto significativo no mercado automotivo. O modelo provou que era possível produzir veículos eficientes com combustíveis alternativos, incentivando outras montadoras a seguir o exemplo da Fiat. O sucesso do Fiat 147 contribuiu para a consolidação do ProÁlcool e a expansão do uso de etanol no Brasil.

O mercado automotivo brasileiro passou por mudanças importantes após o lançamento do Fiat 147. O modelo estabeleceu novos padrões de eficiência e sustentabilidade, influenciando o desenvolvimento de políticas públicas e iniciativas privadas voltadas para combustíveis alternativos. O Fiat 147 é reconhecido como um marco na evolução da indústria automotiva.

A história do Fiat 147 a etanol é um exemplo de como a inovação e a adaptação às necessidades energéticas podem transformar a indústria. O legado do modelo continua a inspirar novos desenvolvimentos e a promover a sustentabilidade no setor automotivo.

Fonte: Stellantis.