Renault Duster deve ganhar fôlego com novo visual moderno e tecnologia híbrida inédita no Brasil

O Duster deve renascer no Brasil em nova geração, alinhada ao modelo europeu. A Renault promete combinar robustez e eficiência híbrida para reconquistar espaço perdido no segmento de SUVs compactos.
Publicado por em Brasil e Renault dia

O Renault Duster, um dos SUVs mais emblemáticos do mercado brasileiro, pode estar prestes a iniciar um novo capítulo em sua história. A confirmação veio do próprio presidente da Renault, Ariel Montenegro, durante o Summit Futuro da Mobilidade, promovido por Autoesporte e Valor Econômico. Segundo o executivo, a “saga do Duster tem que continuar”, uma declaração que reacendeu as expectativas sobre a chegada da nova geração ao país.

Pontos Principais:

  • Renault confirma planos de continuar a história do Duster no Brasil.
  • Novo ciclo da marca prioriza SUVs tecnológicos, como Kardian e Boreal.
  • Atual geração está defasada e perde espaço entre rivais modernos.
  • Versão europeia tem motor híbrido e visual inspirado em modelos maiores.
  • Marca quer reposicionar o Duster como SUV robusto e conectado.

Nos bastidores, a Renault trabalha em uma ampla reformulação de portfólio no Brasil. Depois de anos apostando em carros acessíveis, como Kwid, Sandero e Logan, a marca francesa decidiu reposicionar-se em um patamar mais tecnológico e refinado. Essa mudança começou com o Kardian e segue com o Boreal, SUV médio que estreia ainda em 2025, marcando a nova fase da montadora. Nesse contexto, o Duster surge como o próximo passo natural — um ícone a ser reinventado.

O Duster pode estar perto de um renascimento no Brasil. O presidente da Renault confirmou que a história do SUV “tem que continuar”, sinalizando novos planos para o modelo.
O Duster pode estar perto de um renascimento no Brasil. O presidente da Renault confirmou que a história do SUV “tem que continuar”, sinalizando novos planos para o modelo.

O atual Duster brasileiro, lançado originalmente em 2011 e reestilizado em 2020, ainda carrega a mesma base estrutural da primeira geração. Apesar do motor turbo 1.3 desenvolvido em parceria com a Mercedes, o projeto mostra sinais de cansaço frente a concorrentes como Hyundai Creta, Volkswagen T-Cross e Chevrolet Tracker. As vendas caíram, e o modelo, antes símbolo de aventura e robustez, passou a ser visto como um veterano em busca de atualização.

Enquanto isso, a terceira geração do Duster já roda livremente na Europa sob o emblema da Dacia, marca romena do grupo Renault. O SUV ganhou porte mais musculoso, visual moderno e opções eletrificadas. Com 4,34 metros de comprimento, 1,81 de largura, 1,66 de altura e entre-eixos de 2,65 metros, o novo Duster mantém o DNA aventureiro, mas agora com proporções equilibradas e cabine totalmente revisada.

O interior traz soluções herdadas do Kardian, com destaque para a central multimídia de 10,1 polegadas compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Há também novo painel digital e materiais de melhor qualidade, refletindo a busca da Renault por um público que valoriza conforto e conectividade sem abandonar a robustez. A estratégia é clara: transformar o Duster em um SUV desejado novamente, não apenas funcional.

Na Europa, a motorização inclui duas opções principais: o 1.2 turbo de três cilindros com sistema híbrido leve de 48V, que entrega 130 cv e 23,5 kgfm, e o conjunto híbrido completo 1.6, com 140 cv e 15,1 kgfm. O porta-malas varia entre 358 e 474 litros, dependendo da tração e do tipo de propulsão. Esse equilíbrio entre espaço e eficiência energética tem sido um dos diferenciais do modelo europeu, e a expectativa é que o Brasil adote uma configuração similar, adaptada à realidade local.

Apesar de unidades camufladas já terem sido vistas em testes no país, Autoesporte apurou que ainda não há envolvimento direto da Renault. Os protótipos pertencem a uma empresa sistemista que desenvolve componentes eletrônicos para exportação. Mesmo assim, o discurso oficial e os movimentos da marca indicam que o retorno do Duster renovado é questão de tempo. E quando isso acontecer, será não apenas uma atualização, mas um reposicionamento — o renascimento de um ícone que, por anos, foi sinônimo de força e simplicidade.

Fonte: AutoEsporte e Dacia.

Alan Corrêa
Alan Corrêa
Jornalista automotivo (MTB: 0075964/SP) e analista de mercado. Especialista em traduzir a engenharia de lançamentos e monitorar a desvalorização de usados. No Carro.Blog.br, assina testes técnicos e guias de compra com foco em durabilidade e custo-benefício.