Renault Kwid elétrico vai ter novo design no Brasil em breve

A Renault estreia no Brasil o Kwid E-Tech inspirado no Dacia Spring, com versões de até 100 cv, bateria LFP de 24,3 kWh e recarga de até 40 kW, e promete rivalizar no mercado nacional.
Publicado por em Brasil e Renault dia

A chegada do novo Kwid E-Tech ao Brasil representa mais do que uma simples renovação estética: é uma aposta ousada da Renault em reposicionar seu elétrico de entrada no mercado brasileiro em patamar mais competitivo. Inspirado no Dacia Spring, o modelo europeu acaba de ganhar atualizações de desempenho e eficiência que podem tornar o Kwid brasileiro obsoleto já no lançamento.

Pontos Principais:

  • O Kwid E-Tech incorpora melhorias do Dacia Spring, com versões de até 100 cv.
  • A bateria LFP de 24,3 kWh substitui a de íons de lítio, mantendo autonomia de 225 km WLTP.
  • A recarga rápida passa a alcançar até 40 kW, frente aos 30 kW anteriores.
  • Riscos: modelo nacional pode estrear com especificações antigas, abaixo do padrão europeu.

Apesar de conservar linhas discretas e manter a identidade original, o novo Spring traz sob o capô versões com 71 cv e 100 cv, avanço considerável frente às antigas de 45 cv ou 65 cv. O salto de potência é visível — a aceleração de 80 a 120 km/h, por exemplo, caiu de 14 segundos para 10,3 s no modelo de 71 cv, e atinge impressionantes 6,9 s na versão de 100 cv. Essas melhorias elevam o perfil esportivo do subcompacto, mas exigem reforços estruturais: a seção central da carroceria foi endurecida e elementos aerodinâmicos foram integrados.

A Renault vai revelar o novo Kwid E-Tech inspirado no Dacia Spring europeu, com mudanças visuais leves e reforços na estrutura para acompanhar evolução técnica.
A Renault vai revelar o novo Kwid E-Tech inspirado no Dacia Spring europeu, com mudanças visuais leves e reforços na estrutura para acompanhar evolução técnica.

A bateria anterior de íons de lítio, com 26,8 kWh, deu lugar a um sistema LFP de 24,3 kWh, tecnologia usada pela primeira vez no grupo Renault. Embora com menor capacidade nominal, ela promete manter autonomia de 225 km (WLTP). O ponto de recarga também evolui: de 30 kW para até 40 kW, o que acelera significativamente o tempo de recarga em estações rápidas.

Em termos mecânicos, também houve ajustes em freios, suspensão e direção, além da adoção de uma barra estabilizadora inédita. No visual, as mudanças concentram-se na grade frontal (que troca o monograma “DC” por losango Renault), lanternas mais horizontais e detalhes aerodinâmicos sutis. A cabine, por sua vez, deverá ganhar nova central multimídia de 10,1 polegadas, aproximando-se de conceitos mais premium.

O grande desafio, porém, está no Brasil. Com estoques já formados, é possível que a Renault lance o Kwid E-Tech nacional com as antigas especificações de 65 cv, mesmo com o novo Spring europeu sendo divulgado apenas dias antes da estreia brasileira. De imediato, o modelo chega mais “defasado” diante do referencial europeu, o que pode comprometer sua competitividade em um mercado cada vez mais exigente e repleto de rivais elétricos.

Em suma, a Renault lança um modelo com grandes avanços técnicos e estruturais, mas que acarreta risco estratégico: colocar em catálogo unidades com especificações ultrapassadas ao lado de um padrão europeu elevado. O consumidor ficará entre inovação e defasagem — com o Kwid E-Tech disputando um espaço minúsculo, porém promissor, no mercado nacional.

Fonte: QuatroRodas e Motorshow.

Alan Corrêa
Alan Corrêa
Jornalista automotivo (MTB: 0075964/SP) e analista de mercado. Especialista em traduzir a engenharia de lançamentos e monitorar a desvalorização de usados. No Carro.Blog.br, assina testes técnicos e guias de compra com foco em durabilidade e custo-benefício.