A Ranger 2026 ganhou pacote robusto e até versão híbrida para encarar a Toyota Hilux

Atualização da Ranger 2026 remove o motor biturbo, reforça versões e redefine o pacote para enfrentar a nova Hilux sem alterar o visual.
Publicado por em Ford dia

A Ford decidiu acelerar seus movimentos, e a razão está clara logo de início, a nova geração da Toyota Hilux mexeu com o equilíbrio do segmento e forçou a Ranger a se reposicionar. A marca respondeu com uma atualização específica para 2026, aplicada inicialmente à Austrália, mas que ajuda a enxergar como a picape se prepara para enfrentar um concorrente renovado.

A Ranger 2026 estreia ajustes discretos no visual, trocando cromados por peças pretas e reforçando a identidade robusta da picape sem alterar seu estilo principal.
A Ranger 2026 estreia ajustes discretos no visual, trocando cromados por peças pretas e reforçando a identidade robusta da picape sem alterar seu estilo principal.

Pontos Principais:

  • A Ranger 2026 adota elementos pretos e mantém o visual sem grandes alterações.
  • A linha ganha a versão Wolftrak com rodas escurecidas e detalhes exclusivos.
  • O motor 2.0 biturbo sai de cena, restando o 2.0 turbo e o V6 3.0 diesel.
  • Versões como XL, XLT, XLS e Wildtrak recebem pacotes mais definidos.

A estratégia não passa por uma mudança estética profunda. A Ford Ranger mantém o visual já conhecido e troca apenas detalhes de acabamento, abandonando aplicações cromadas e cinza para adotar elementos pretos. O resultado é um conjunto mais robusto, acompanhado da chegada da versão Wolftrak, que adiciona rodas escurecidas de 17 polegadas, pintura exclusiva e reforço visual destinado a quem usa a picape em ambiente misto de trabalho e lazer.

Equipamentos e versões mais distintas

A linha 2026 australiana reorganiza conteúdos e deixa cada versão com função mais clara. A XL, a opção de entrada, recebe central multimídia de 12 polegadas, ar digital de duas zonas e pacote ADAS ampliado, itens que aumentam o valor percebido sem elevar a complexidade do conjunto. A XLT passa a ter suspensão reforçada, o que melhora seu desempenho fora do asfalto. Já a XLS adota rodas de 17 polegadas, pneus todo terreno e estribos laterais, reforçando seu apelo funcional.

A Black Edition, antes limitada, torna-se parte fixa da gama. A Tremor, pensada para uso severo, continua como a opção com preparação mais completa para trilhas. A Wildtrak amplia o pacote premium, com rodas de 18 polegadas, faróis de LED Matrix e sistema de som B&O de 10 alto falantes. No topo, a Platinum recebe a nova cor verde Acacia, enquanto a versão Sport deixa o catálogo.

Mudanças relevantes na motorização

O ponto realmente sensível da linha 2026 é o fim do motor 2.0 biturbo diesel. A Ranger passa a usar apenas o 2.0 turbo de 170 cv e 41,2 kgfm, ou o V6 3.0 turbo diesel de 250 cv e 61,1 kgfm. O câmbio permanece automático de 10 marchas, enquanto a tração varia conforme a versão. Esse enxugamento aproxima a gama australiana da configuração vendida no Brasil, que já utiliza esses motores, e mostra como a Ford está unificando sua estratégia global.

As versões mais equipadas, como XLS, Wolftrak, Tremor, Platinum e Wildtrak, recebem o V6 como padrão. Nas demais, ele fica disponível como opcional, o que reforça a diferença entre os níveis de acabamento e ajuda a controlar a oferta conforme o tipo de uso.

O impacto das novidades no SUV Everest

O Everest, derivado direto da Ranger, também recebe ajustes. A linha 2026 elimina as versões Ambient e Trend e cria a Active, agora a mais acessível, com rodas de 18 polegadas, bancos de couro, faróis de LED, monitoramento de pressão dos pneus e central multimídia de 12 polegadas. A Tremor passa a ter bancos dianteiros aquecidos e ventilados e comandos elétricos. Sport e Platinum ganham câmeras 360 graus, recurso essencial em um SUV grande.

O catálogo adiciona cores como verde Acacia e branco Alabaster, e mantém a possibilidade de motor 2.0 turbo nas versões básicas, com o V6 3.0 como opcional, repetindo a lógica da picape.

O que pode chegar ao Brasil

Enquanto a Ranger australiana evolui, o mercado brasileiro aguarda o movimento da Ford. A marca confirmou que a Ranger híbrida plug-in chega ao país, produzida na Argentina a partir de 2027, com participação da engenharia local no desenvolvimento. Lá fora, esse conjunto entrega 281 cv, 70,4 kgfm e autonomia elétrica de 43 km, mas o modelo nacional terá motor flex, o que indica calibração diferente.

A versão PHEV terá papel estratégico na disputa com a BYD Shark, que já criou novas expectativas no segmento. A Ford usa a eletrificação como diferencial, fortalecida pelo investimento de US$ 170 milhões em Pacheco. A marca, porém, ainda não confirma se as atualizações aplicadas à Ranger australiana serão replicadas na configuração brasileira tradicional.

O Everest, por sua vez, continua sem aprovação final para venda no Brasil, mesmo sendo visto como alternativa direta ao Toyota SW4 e ao Mitsubishi Pajero Sport. A Ford já estudou seu lançamento, mas não avançou.

Para onde a Ranger caminha

O movimento da Toyota com a nova Hilux pressionou o segmento, e a Ranger mostra que a Ford não pretende ceder espaço. A reorganização das versões australianas, a simplificação dos motores e o avanço no conteúdo apontam para uma picape mais focada, eficiente e preparada para disputar consumidores que estarão mais exigentes em 2026 e 2027.

Fonte: Valor e Automaistv.

Alan Corrêa
Alan Corrêa
Jornalista automotivo (MTB: 0075964/SP) e analista de mercado. Especialista em traduzir a engenharia de lançamentos e monitorar a desvalorização de usados. No Carro.Blog.br, assina testes técnicos e guias de compra com foco em durabilidade e custo-benefício.