O BYD Dolphin Mini 2026 mudou algo que só quem dirige todo dia percebe. Não é algo que aparece na ficha técnica nem rende foto bonita, mas surge no primeiro quarteirão mal asfaltado, na lombada conhecida, naquele trecho de rua que sempre faz o carro balançar mais do que deveria.
A alteração está na suspensão traseira recalibrada. No modelo anterior, a traseira reagia demais às irregularidades, criando o efeito pula-pula que cansava com o tempo. Não era algo grave, mas era constante. Bastava conviver algumas semanas para entender que aquilo fazia parte do pacote. No 2026, esse comportamento foi contido. O carro passa, assenta e segue, sem aquela sequência de movimentos que fazia o motorista ajustar o volante mais vezes do que gostaria.

Dirigindo em cidade, a diferença aparece rápido. Em ruas remendadas, o Mini agora se recompõe com mais rapidez. A carroceria oscila menos, a traseira acompanha melhor o eixo dianteiro e o carro transmite mais calma ao volante. Em vias rápidas, o ganho vem na estabilidade, menos correções, menos sensação de flutuação em ondulações longas, mais confiança para manter a trajetória sem esforço.

O curioso é que nada mais mudou, segundo o AutoEsporte. Motor, bateria e potência seguem exatamente iguais. Isso deixa claro que o problema nunca foi desempenho, mas acerto. O carro era macio demais para o tipo de asfalto que enfrenta no Brasil. A suspensão traseira mais firme não transforma o Dolphin Mini em outro carro, mas faz ele parecer mais coerente com a rotina de quem dirige todos os dias.
Visualmente, as mudanças são discretas. As novas rodas diferenciam a linha 2026 sem chamar atenção em excesso, e a cor Azul Glacial aparece como uma opção que destaca o carro sem descaracterizá-lo. É o tipo de alteração que você nota mais quando estaciona ao lado de um modelo do ano anterior.
A chegada da versão GL, voltada a taxistas e PcD, amplia o alcance do Mini sem criar um carro diferente. O conjunto mecânico é o mesmo, o comportamento dinâmico é o mesmo. Muda a forma de acesso, não a essência do produto.

Depois de rodar, fica claro que o Dolphin Mini 2026 não tenta impressionar. Ele resolve um detalhe que incomodava em silêncio, daqueles que só aparecem com o uso contínuo. A experiência fica mais natural, menos cansativa, mais previsível. E isso muda a conversa para quem está pensando em comprar um elétrico compacto não para experimentar, mas para conviver. Porque, no fim, a dúvida deixa de ser sobre números e passa a ser sobre outra coisa bem mais prática, se esse novo acerto vai continuar funcionando do mesmo jeito depois de meses enfrentando as mesmas ruas de sempre.