A mudança que libera o processo de habilitação sem passagem obrigatória por autoescola avança com força e pode começar ainda em 2025, alterando a rotina de milhões de candidatos. A proposta rompe um modelo que se mantém há décadas ao permitir que o futuro motorista escolha como quer aprender, do curso teórico remoto ao treinamento com instrutor credenciado, mantendo apenas os exames oficiais no Detran.

A discussão se tornou central porque reduz custos e simplifica etapas justamente em um momento em que a demanda por habilitação cresce e o acesso continua caro. A possibilidade de seguir direto para as provas após estudo próprio ou acompanhando profissionais independentes abre um novo mercado, pressiona estruturas tradicionais e prepara uma transição que o governo quer implementar rapidamente.
A base da mudança está na retirada da obrigatoriedade das aulas em centro de formação. O curso teórico, que hoje exige horas presenciais, poderá ser feito online ou por estudo individual. O candidato segue para o exame teórico normalmente, sem etapas adicionais. Já o treinamento prático deixa de depender da carga mínima de aulas e pode ser realizado com instrutor autônomo credenciado, mantendo a avaliação final na pista do Detran.
Essa flexibilização não extingue as autoescolas, mas altera o papel delas em um cenário mais competitivo. Elas continuam oferecendo estrutura completa para quem preferir o modelo tradicional, porém deixam de ser o único caminho. A expectativa do governo é que o processo fique mais simples e barato, com impacto direto na fila de novos condutores.
A retirada da obrigatoriedade das aulas reduz uma das partes mais caras do processo. O candidato passa a pagar apenas os exames, o laudo médico e eventuais serviços de instrutores autônomos caso deseje orientação prática. O valor final depende da escolha de cada pessoa, já que não há mais pacote fechado. A economia pode ser significativa em comparação ao modelo atual, em que as aulas representam a maior parte da despesa.
A estimativa geral é de que os custos caiam porque o candidato decide se quer contratar todo o treinamento, parte dele ou seguir apenas com estudo próprio. A mudança também pressiona o setor a rever valores e serviços em busca de competitividade, reflexo direto da abertura do processo de formação.
Segundo a Agenciabrasil, a mudança reacende o debate sobre formação e segurança. Especialistas alertam que a redução de horas mínimas pode elevar reprovações, enquanto o governo defende que os exames continuam suficientes para certificar a aptidão do condutor. Essa disputa coloca a responsabilidade na prova prática, que passa a ser o grande filtro do processo.
O setor de autoescolas acompanha o cenário com preocupação porque perde exclusividade, o que afeta empregos e modelo de negócio. Por outro lado, o surgimento de instrutores independentes cria um novo segmento, que deve crescer rapidamente após a regulamentação.
O processo atual é considerado caro porque concentra boa parte do valor nas aulas obrigatórias de autoescola. Hoje, quem inicia a habilitação nas categorias A ou B gasta, em média, entre R$ 2.500 e R$ 4.500, dependendo do estado. A média nacional gira em torno de R$ 3.200, resultado da soma das taxas do Detran com o pacote de aulas teóricas e práticas, que representam a maior fatia do valor final.
Estados com custos mais altos ultrapassam R$ 4.900, especialmente quando o candidato escolhe categorias combinadas, como AB. As taxas fixas, como exame médico, avaliação psicológica, prova teórica, prova prática e emissão do documento, variam pouco entre as regiões, mas as aulas obrigatórias acabam elevando o preço final do processo.
A proposta em discussão reduz drasticamente o custo porque elimina a obrigatoriedade de aulas presenciais. Com isso, o candidato passa a pagar essencialmente as taxas do Detran e, caso deseje, contratar instrutores autônomos para treino prático. As estimativas apontam que o valor total pode cair até 80%, deixando a nova CNH na casa de R$ 750 a R$ 1.000, dependendo do estado.
Em cenários mais competitivos, o processo pode ficar abaixo de R$ 700, já que não há mais necessidade de contratar pacotes completos de formação. A economia vem justamente da liberdade do candidato para escolher quanto deseja investir no aprendizado, enquanto as autoescolas perdem o caráter obrigatório e passam a competir com instrutores independentes.
A proposta está em consulta pública e deve receber ajustes antes da versão final. A implementação rápida interessa ao governo, que aposta na redução de custos como argumento central. A tendência é que a transição não aconteça de forma abrupta, com período de adaptação e convivência entre os dois modelos enquanto o mercado se reorganiza.
O processo de habilitação passa por uma das maiores mudanças da história recente, colocando o candidato no centro das decisões e abrindo margem para novos formatos de aprendizagem. O resultado final depende de como a regulamentação será aplicada, mas o debate já mostra que a CNH Sem Autoescola deve redesenhar o caminho para quem pretende dirigir a partir de 2025.
O processo da CNH sem autoescola ainda está em aprovação, deve ser oficializado em dezembro para começar a valer em 2026.