Elon Musk, empresário e proprietário da Tesla e SpaceX, respondeu nesta terça-feira às acusações de ter feito uma saudação nazista durante o discurso de posse de Donald Trump, em Washington. O evento marcou o início do segundo mandato de Trump como presidente dos Estados Unidos. Musk utilizou sua plataforma social, X, para se manifestar, afirmando que os críticos precisam de “truques melhores” para atacá-lo.
A controvérsia começou após Musk realizar um gesto durante seu discurso no palco da Capital One Arena. Ele bateu no peito com a mão direita e estendeu o braço em direção ao público, repetindo a ação enquanto se virava para a multidão atrás de si. Algumas pessoas descreveram o movimento como uma saudação fascista, enquanto outras o classificaram como um gesto desajeitado.
A historiadora Claire Aubin, especialista em nazismo nos Estados Unidos, afirmou que o gesto se assemelha à saudação nazista “sieg heil”. Outros analistas, como o historiador Aaron Astor, consideraram o movimento como socialmente desajeitado e não como um ato com intenção política.
O gesto de Musk provocou uma série de reações entre políticos, historiadores e grupos sociais. O congressista democrata Jimmy Gomez utilizou o X para criticar a ação, enquanto Ruth Ben-Ghiat, especialista em fascismo, também declarou que se tratava de uma saudação nazista. Além disso, jornais internacionais como o israelense Haaretz e o britânico The Guardian comentaram sobre a semelhança do gesto com movimentos fascistas.
Por outro lado, o grupo antissemitismo ADL defendeu Musk, alegando que o gesto parecia ser apenas um momento de entusiasmo. A organização foi criticada por políticos como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, que expressou descontentamento com a postura da ADL ao não condenar a ação de forma mais veemente.
Algumas figuras de extrema direita elogiaram o gesto. Evan Kilgore, colunista de viés conservador, chamou a atitude de “incrível”. O evento também foi elogiado por seguidores do empresário nas redes sociais, gerando um debate polarizado sobre as intenções do gesto.
Nas últimas semanas, Musk demonstrou apoio a diversos partidos e figuras de direita. Entre eles estão o partido de extrema direita alemão AfD, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e o partido britânico anti-imigração Reform UK. Essas declarações reforçaram a percepção de alguns críticos de que o empresário tem se alinhado com ideologias de direita.
Apesar disso, aliados de Musk defenderam que suas ações e declarações não devem ser mal interpretadas. Brandon Galambos, pastor presente no evento, afirmou que o gesto foi bem-humorado e que críticas ao empresário têm sido exageradas. Segundo ele, Musk costuma usar sarcasmo e ironia em seus discursos, o que pode ter gerado interpretações equivocadas.
Para outros analistas, o gesto foi apenas uma tentativa de conexão emocional com o público. Musk, que já enfrentou críticas por ações de sua empresa e posturas pessoais, tem utilizado frequentemente sua rede social para responder a controvérsias.
O episódio trouxe à tona discussões sobre a influência de líderes empresariais em questões políticas e sociais. A postura de Musk e sua participação em um evento de grande relevância política reacenderam debates sobre o papel de figuras públicas em contextos sensíveis.
Enquanto grupos e especialistas divergem sobre o significado do gesto, o impacto político do evento é amplamente reconhecido. A posse de Trump para um segundo mandato, marcada por um cenário polarizado, destaca a importância de ações e discursos de seus apoiadores.
A controvérsia também ilustra como movimentos simbólicos podem ser interpretados de maneiras diferentes. Para muitos, o gesto de Musk reflete a tensão existente entre liberdade de expressão e responsabilidade social de líderes públicos.