Em tempos de carros elétricos, onde a indústria automotiva se desdobra para atender demandas de sustentabilidade e apelo ESG (ambiental, social e governança), a Ram surpreendeu ao seguir um caminho um tanto quanto contracorrente: em vez de aderir exclusivamente às baterias e motores silenciosos, a marca lançou a nova linha 2025 da picape Rampage com um motor 2.2 Turbodiesel, feito sob medida para o mercado sul-americano. E quer saber? Eu acredito que essa foi uma jogada de mestre para agradar a um público específico, mas leal — aqueles que ainda são apaixonados pelo ronco do motor a diesel e pela robustez que só uma máquina dessas consegue oferecer.
Não há como negar que o mundo está mudando rapidamente, com metas ambientais e restrições cada vez mais rígidas. De um lado, temos empresas correndo para desenvolver soluções de eletrificação, tentando tornar a sustentabilidade o principal atrativo dos seus produtos. De outro, temos a Ram, que ousou olhar para outro nicho: os puristas, que ainda veem nos motores a diesel uma experiência inigualável de condução. Para esses consumidores, a combustão interna é muito mais do que um detalhe técnico — é o coração e a alma de uma picape.
O novo motor 2.2 Turbodiesel de 200 cv é um verdadeiro tributo à engenharia de combustão interna. Esse motor foi projetado para ser mais eficiente e potente, sim, mas sem abrir mão de um dos fatores que os motoristas de picape mais valorizam: a entrega de torque em baixas rotações. Com 450 Nm de torque disponíveis a apenas 1.500 rpm, a Ram acertou em cheio ao entregar o tipo de força que faz falta em muitos modelos eletrificados de hoje. Ele é ágil, responde bem e traz uma sensação de controle nas retomadas e ultrapassagens que poucos motores elétricos conseguem oferecer.
A decisão da Ram de investir em uma motorização que, embora mais eficiente, ainda está longe de ser sustentável, é arriscada em um mundo onde a palavra de ordem é reduzir emissões. Mas existe um charme em seguir esse caminho. É como se a marca estivesse dizendo ao mercado que, apesar das mudanças, ainda há espaço para uma condução robusta e visceral. Isso cria uma conexão emocional forte com o público que vê os motores a diesel como uma extensão da sua própria identidade. É a Ram mostrando que ainda é possível fazer parte do mundo ESG, mas sem sacrificar o que sua base de clientes mais aprecia.
É claro que muitos podem ver essa decisão como antiquada, uma resistência desnecessária a uma mudança que inevitavelmente virá. Talvez tenham razão. Mas o fato é que, enquanto a maioria das marcas se esforça para produzir veículos cada vez mais leves, silenciosos e digitais, a Ram permanece como um bastião da força bruta e da tradição — uma marca que ainda valoriza o motor roncando sob o capô e a vibração na cabine que só uma picape de verdade proporciona.
Para os puristas, o motor a diesel não é apenas uma questão de potência ou desempenho. Ele representa uma filosofia de vida, um símbolo de resistência em um mundo cada vez mais digital e menos físico. E enquanto muitos consumidores estarão prontos para migrar para o elétrico, ainda haverá aqueles que não abrem mão de uma picape que se faz ouvir e sentir. Para esses, a nova Rampage 2025 não é apenas mais um veículo, mas uma declaração: sim, ainda existem picapes com alma.
A nova versão Big Horn será lançada no mercado brasileiro nas próximas semanas, com preço a ser divulgado em breve. As demais versões da linha já possuem preços anunciados, conforme listado abaixo:
A linha 2025 da RAM Rampage promete trazer um novo patamar de desempenho e eficiência para o mercado de picapes, com opções diversificadas que atendem às diferentes necessidades dos consumidores. A inclusão de novas tecnologias e o aprimoramento nos equipamentos visam proporcionar uma experiência completa e adaptada para o uso tanto no dia a dia quanto em situações de maior exigência.
Fonte: Stellantis.