O Brasil já viu carros rápidos, caros, raros e chamativos, mas nem todos chegam com um nome que mais parece senha de cofre de banco suíço: Ferrari 12Cilindri. O nome entrega o segredo, mas o preço sussurra: R$ 7,9 milhões. Sim, não é um erro de digitação. E se você acha que isso compra uma cobertura no Itaim Bibi, lembre-se que a cobertura não te leva de 0 a 100 km/h em 2,9 segundos.
Pontos Principais:
O esportivo desembarcou por aqui com direito a pompa, circunstância e, claro, capa protetora. Veio na cor Bianco Ártico, porque dizer “branco” é pouco para algo que custa tanto. O exemplar já foi vendido, então não adianta correr para a loja. Até porque correr, só ele faz direito. A importação ficou por conta da Via Itália, que deve ter feito um brinde de prosecco quando o carro saiu do showroom.
O curioso é que a Ferrari 12Cilindri é um dos últimos exemplares da linhagem a ignorar baterias e cabos de carregamento. Nada de plugue na garagem. Aqui, o motor V12 ronca sozinho, sem ajuda elétrica, sem silêncio constrangedor.
No coração do 12Cilindri vive um motor V12 de 6,5 litros. Para ser mais exato, um F140HD, 830 cv, 69,1 kgfm de torque. Ele grita até 9.500 rpm, o que é quase como um show de rock particular a cada acelerada. Segundo a ficha técnica, 80% do torque está disponível já a 2.500 rpm. Isso significa que, ao pisar, ele responde antes mesmo de você terminar de pensar.
As marcas são superlativas: aceleração de 0 a 100 km/h em 2,9 segundos, 0 a 200 km/h em 7,9 segundos e velocidade máxima de 340 km/h. Caso você esteja se perguntando, sim, isso é mais rápido do que você conseguirá explicar para o seu gerente do banco.
Por trás desses números, há engenharia de precisão: bielas de titânio, pistões ultraleves de alumínio e um virabrequim balanceado como uma corda bamba. A transmissão é automática de dupla embreagem, oito marchas, porque, aparentemente, sete não eram suficientes.
O 12Cilindri não tenta reinventar a roda, mas desenhou as suas com 21 polegadas e pneus dignos de pista: 275/35 na dianteira e 315/35 na traseira. Seu desenho remete à Ferrari 365 GTB de 1967, com um capô comprido e cabine recuada. Quem vê de lado percebe as maçanetas embutidas, que se escondem como mágica, e a função de sucção para fechar as portas com delicadeza quase exagerada.
Na dianteira, faróis finos e lâminas que parecem fluir no capô criam um visual limpo, mas com entradas de ar generosas para lembrar que a função principal é resfriar um monstro mecânico. Atrás, lanternas em LED em forma de filete e um difusor de carbono dão o toque final, porque aerodinâmica não é só para aviões.
Até o capô abre de forma invertida. Não é drama. É funcionalidade. E tão leve que pode ser levantado com um dedo. Porque nada combina menos com um superesportivo do que um motorista suando para abrir o motor.
Quando falamos em tamanho, o 12Cilindri não exagera. São 4,73 metros de comprimento, 2,18 metros de largura e 1,29 metros de altura. O entre-eixos mede 2,70 metros, espaço suficiente para dois ocupantes e mais 270 litros de bagagem. Isso mesmo: não espere um porta-malas de SUV.
O peso é de 1.525 kg. Para efeito de comparação, é menos que um Jeep Compass. E sim, isso diz muito sobre a obsessão da Ferrari por redução de peso. Até as bielas, lembra? De titânio.
O ambiente interno mistura fibra de carbono, couro, alumínio e telas digitais. O painel principal tem 15,6 polegadas, a central multimídia 10,25 polegadas, e o passageiro ganha uma tela de 8,8 polegadas só para ele. Os bancos são esportivos e vermelhos, porque alguém precisava de cor nesse espaço tão técnico.
O volante traz tudo: setas, limpadores, modos de condução e o botão de partida. E sim, tudo isso sem precisar tirar as mãos da direção. Paddles em fibra de carbono ficam fixos, prontos para trocas manuais, para aqueles momentos em que você quer brincar de piloto sem sair do lugar.
Há ainda carregador por indução, comandos de câmbio no console em formato duplo “H” e retrovisor com tela da câmera de ré. E o porta-malas? Elétrico, claro. Porque puxar porta-malas manualmente não combina com 830 cv.
Fonte: Terra, AutoEsporte e Instagram.