Desde que a Stellantis confirmou a produção do Jeep Avenger no Brasil, cresceu o debate sobre sua convivência com o Renegade, modelo já consolidado entre os SUVs compactos nacionais. A princípio, a proximidade de porte entre eles levou críticos a duvidar da viabilidade de ambos no mercado brasileiro — mas uma visita técnica a Milão e comparações diretas mostram que o argumento é superficial demais.
Na concessionária italiana visitada por Autoesporte, o Avenger revelou diferenças estruturais e tecnológicas que o separam do Renegade, especialmente na adoção de motorização híbrida, que promete melhor eficiência energética e apelo verde. Enquanto o Renegade segue focado em versões convencionais a combustão e elétricas (dependendo do mercado), o Avenger surge como alternativa moderna e estratégica para a Stellantis reinventar sua entrada no segmento.

Em termos de dimensões, embora o porte entre os dois seja similar, a mobilidade urbana favorece o Avenger: ele é pensado desde a concepção para oferecer bom balanço entre habitabilidade e agilidade no trânsito, sem exageros de tamanho que penalizem em ruas estreitas ou vagas apertadas. Ao mesmo tempo, seu pacote tecnológico — com sistemas híbridos e sofisticados — o posiciona como novidade com apelo premium dentro do espectro compacto.

No Brasil, o desafio será calibrar preços, versões e marketing para evitar canibalização. Se for bem posicionado, o Avenger tende a disputar outros nichos, talvez atraindo consumidores que até então não consideravam o Renegade por questões de consumo, irresistibilidade moderna ou status tecnológico. Com isso, a Stellantis ganha mais cobertura no segmento e flexibilidade estratégica frente a Tera, Kardian, Pulse e Basalt — seus futuros rivais.
A convivência bem-sucedida entre Avenger e Renegade dependerá também da diferenciação de versões, posicionamento claro para cada público, e da percepção de valor: o consumidor deverá entender não apenas que há dois SUVs similares, mas por que cada um existe — seja pela eficiência, tecnologia, preço ou estilo.
Ao final, o embate entre eles pode redefinir quem se destaca entre os compactos: será que o novato enfrentará com vantagem seu antecessor ou ficará na sombra? O tempo mostrará — e o consumidor será o juiz mais severo nessa eterna disputa de mercado.
Fonte: AutoEsporte.