Mercedes-Benz enfrenta crise no mercado chinês e demissões podem afetar 15% da força de trabalho

A Mercedes-Benz enfrenta uma crise na China, com vendas de modelos elétricos caindo drasticamente. Em resposta, a montadora planeja reduzir 15% da sua força de trabalho. A reestruturação busca melhorar a eficiência e recuperar competitividade, ajustando-se à crescente concorrência local.
Publicado por Alan Corrêa em Negócios dia 4/03/2025

A Mercedes-Benz, uma das líderes do setor automotivo, enfrenta uma situação desafiadora no mercado chinês, que já foi um dos maiores para a marca. A empresa anunciou recentemente uma reestruturação que incluirá a demissão de aproximadamente 15% de seus funcionários no país, focando principalmente nas áreas de vendas e financiamento. O cenário atual, com uma queda acentuada nas vendas de determinados modelos, como o EQE, força a montadora a tomar medidas drásticas para tentar preservar a competitividade.

Pontos Principais:

  • A Mercedes-Benz iniciará uma reestruturação com demissões de 15% da força de trabalho na China.
  • Vendas de modelos elétricos como o EQE caíram drasticamente, com redução de até 78% em um ano.
  • Outras montadoras, como Porsche e Volkswagen, também enfrentam dificuldades no mercado chinês e estão ajustando suas estratégias.
  • A Mercedes-Benz busca melhorar a eficiência e competitividade com a otimização de processos e estruturas organizacionais.

Nos últimos anos, a Mercedes-Benz, assim como outras grandes marcas como Porsche e Audi, tem observado uma diminuição nas vendas de seus carros na China. O crescimento das marcas locais, como Geely, Xiaomi, BYD e outras, tem pressionado as montadoras tradicionais a reverem suas estratégias. A perda de mercado é especialmente notável nos modelos elétricos, que não têm conseguido acompanhar a evolução dos fabricantes chineses.

A Mercedes-Benz iniciou uma reestruturação na China, visando reduzir 15% da sua força de trabalho devido à queda nas vendas de modelos como o EQE e o EQE SUV nos últimos meses.
A Mercedes-Benz iniciou uma reestruturação na China, visando reduzir 15% da sua força de trabalho devido à queda nas vendas de modelos como o EQE e o EQE SUV nos últimos meses.

Essa reestruturação está em andamento, mas ainda não está claro se as demissões afetarão apenas os escritórios administrativos da empresa ou também suas unidades produtivas, que funcionam em parceria com fabricantes locais. O objetivo declarado pela Mercedes-Benz é ajustar as operações para melhorar a eficiência e competitividade da marca na China.

Impacto da crise no mercado chinês e os números alarmantes

A diminuição das vendas de modelos elétricos, como o EQE, foi alarmante, com uma queda de 78% em comparação com o ano anterior, prejudicando ainda mais a posição da montadora no mercado.
A diminuição das vendas de modelos elétricos, como o EQE, foi alarmante, com uma queda de 78% em comparação com o ano anterior, prejudicando ainda mais a posição da montadora no mercado.

As vendas de veículos específicos, como o modelo EQE, sofreram uma queda drástica no último ano, o que agravou ainda mais a situação da Mercedes-Benz na China. O EQE, que é um modelo elétrico de grande porte, registrou uma diminuição de 78% nas vendas, comparando os números de janeiro de 2025 com o mesmo período de 2024. Em janeiro deste ano, foram vendidas apenas 153 unidades do sedã EQE, uma redução significativa se comparada às 715 unidades vendidas no mesmo mês do ano passado.

Outro modelo que teve um desempenho ainda pior foi o EQE SUV, com uma redução de 87,6% nas vendas em comparação ao ano anterior. Em dezembro, o modelo havia vendido 369 unidades, enquanto em janeiro de 2025 esse número caiu para apenas 179 unidades. Essa queda acentuada nas vendas reflete um cenário desafiador, onde os consumidores chineses estão cada vez mais inclinados a adquirir veículos de marcas locais que oferecem modelos com melhor relação custo-benefício e mais adaptados às suas necessidades.

Com o enfraquecimento da demanda, a Mercedes-Benz foi forçada a adotar uma estratégia de reestruturação mais agressiva. Além das demissões, a montadora está promovendo uma reavaliação de suas operações, com o objetivo de tornar seus processos mais ágeis e eficientes. A empresa busca, assim, reduzir custos e tentar recuperar a competitividade no mercado chinês, que, nos últimos anos, tem se tornado cada vez mais competitivo.

A estratégia de outras montadoras na China e o futuro da Mercedes-Benz

Além da Mercedes, marcas como Porsche e BMW também enfrentam dificuldades na China e implementaram cortes no quadro de funcionários, ajustando suas estratégias para enfrentar a queda nas vendas.
Além da Mercedes, marcas como Porsche e BMW também enfrentam dificuldades na China e implementaram cortes no quadro de funcionários, ajustando suas estratégias para enfrentar a queda nas vendas.

A crise enfrentada pela Mercedes-Benz na China não é um fenômeno isolado, pois outras montadoras também estão revisando suas estratégias para se adaptarem às mudanças no mercado. A Volkswagen, por exemplo, tem adotado a estratégia “Para a China, na China”, que consiste em investir em startups locais e utilizar plataformas de fabricantes chineses. Isso tem ajudado a Volkswagen a fortalecer sua presença no mercado chinês, mantendo-se competitiva frente ao crescimento das marcas locais.

A Porsche também enfrentou dificuldades semelhantes, com uma queda nas vendas nos últimos anos, o que levou a montadora a reduzir seu quadro de funcionários. Em 2023, a Porsche registrou uma queda de quase 30% nas vendas, comparando com o ano anterior. A BMW, por sua vez, não renovou contratos de trabalho de uma parte de sua força de trabalho na China, afetando entre 2% e 5% dos seus funcionários. Essas mudanças refletem o impacto que as montadoras globais estão enfrentando no mercado chinês e a necessidade de se adaptarem para sobreviver.

Enquanto isso, a Mercedes-Benz segue em busca de soluções para aumentar a eficiência de suas operações. O foco está na otimização de processos internos, na redução de custos e no fortalecimento das estruturas organizacionais. A montadora espera que essas mudanças tragam resultados positivos a médio e longo prazo, ajudando a recuperar a posição que a marca já teve no país.

Fonte: Exame, Autogear, Revistacarro e R7.