Mulher é multada por dirigir bêbada em MG, mas afirma que estava no DF

Ao conferir seu cadastro, Patrícia descobriu uma multa por embriaguez em Minas, mas garante que nunca saiu de Brasília. Sem conseguir recorrer pelo app, agora tenta provar o erro e evitar a perda da CNH. Detran-MG vai analisar o caso e verificar possível falha.
Publicado por Alan Corrêa em Local dia 5/04/2025

A fisioterapeuta Patrícia Rodrigues, residente em Brasília, relata ter sido notificada por uma infração de trânsito em Minas Gerais, apesar de nunca ter estado naquele estado na data mencionada. A multa, de R$ 2.934,70, foi aplicada por suposta recusa ao teste do bafômetro em Belo Horizonte no mês de fevereiro. Ela afirma que, no mesmo dia, estava no Distrito Federal e possui documentos que comprovam sua presença na capital.

Pontos Principais:

  • Motorista de Brasília foi multada em Minas Gerais por infração relacionada a embriaguez.
  • A multa registrada é de R$ 2.934,70 por recusa ao teste do bafômetro.
  • Patrícia alega ter provas de que estava no DF no momento da suposta infração.
  • Detran-DF afirma que responsabilidade é do Detran-MG, que deve analisar o caso.

Segundo a motorista, o susto veio ao acessar o sistema e verificar que constava uma penalidade gravíssima que pode gerar suspensão da carteira de habilitação por 12 meses. A infração também exige que o condutor passe novamente por todo o processo de reabilitação após o período da suspensão, o que ela considera indevido por não ter cometido a infração.

Patrícia buscou ajuda no Departamento de Trânsito do Distrito Federal, mas foi informada de que o órgão não poderia agir nesse caso, pois a autuação foi feita por um agente do Detran-MG. Assim, a condutora foi orientada a procurar o órgão de origem da multa para seguir com os trâmites de defesa administrativa.

O Detran-MG, por sua vez, declarou por nota que a cidadã tem até o dia 28 de abril para protocolar a defesa da autuação no site oficial do órgão. Durante o processo de análise, será verificado se houve erro no preenchimento do auto de infração. Até o momento, segundo o órgão mineiro, não há indícios de que a placa do carro tenha sido clonada.

A denúncia também levanta dúvidas sobre a possibilidade de falha sistêmica ou erro de digitação, o que pode ter gerado a penalidade incorreta. A motorista reforça que a multa não corresponde à sua conduta e afirma que, se pagar, estará assumindo uma infração que não cometeu, o que traria consequências diretas para sua habilitação.

O caso chamou atenção pela dificuldade em contestar a multa, uma vez que o aplicativo da Carteira Nacional de Habilitação não permitiu o envio da defesa. Essa limitação tecnológica tem dificultado a vida de condutores que precisam questionar penalidades, especialmente quando envolvem órgãos de estados diferentes.

O Departamento de Trânsito do DF confirmou que não há registro de manifestação oficial no sistema vinculado ao CPF da motorista. Com isso, reiterou que a única forma de contestação possível é pelo canal oficial do órgão autuador, que neste caso é o Detran-MG.

Imagens exibidas em reportagem da TV Globo mostram a notificação recebida por Patrícia, com todos os dados da infração, incluindo horário e local da suposta ocorrência. Mesmo com os documentos em mãos, ela ainda não conseguiu avançar no processo de contestação.

A matéria gerou repercussão por evidenciar os desafios enfrentados por motoristas ao lidar com inconsistências no sistema de autuações. O caso ainda está em fase de apuração por parte das autoridades de trânsito e aguarda a avaliação formal da defesa por parte do Detran-MG.

Ao final, a situação reforça a necessidade de integração mais eficiente entre os sistemas estaduais de trânsito, além de ferramentas acessíveis que permitam a defesa prévia de maneira prática e segura.

Fonte: G1,