O Renault Boreal acaba de conquistar o prêmio de Carro do Ano 2026, e o impacto dessa escolha vai além do troféu. O modelo confirma a estratégia da marca francesa em disputar espaço entre os SUVs médios em um momento em que o segmento ficou mais caro, mais competitivo e mais exigente.
O SUV superou Volkswagen Tera, Honda WR-V, Nissan Kicks e GAC GS4 após a avaliação de 26 jurados especializados. Cada um atribuiu notas de 0 a 10 em critérios como design, espaço, equipamentos, segurança, motorização e custo benefício. O resultado final colocou o Boreal com média de 8,70, acima dos rivais diretos.
O teto de preço também subiu nesta edição, chegando a R$ 249.999, ajuste que acompanha o avanço dos valores no mercado brasileiro.
No tamanho, o Boreal entrega medidas que incomodam concorrentes já tradicionais. São 4,56 metros de comprimento, 10 cm a mais que o Toyota Corolla Cross e 16 cm a mais que o Jeep Compass. O porta malas de 522 litros e o entre eixos de 2,70 metros reforçam o foco em conforto, algo que pesou na votação.
O interior reúne itens que têm se tornado obrigatórios na categoria, mas em um pacote generoso. Painel de instrumentos e central multimídia têm 10 polegadas cada, com conexão sem fio para Apple CarPlay e Android Auto. Há ar condicionado digital de duas zonas, carregador por indução, teto solar panorâmico, bancos elétricos com massagem para o motorista e freio de estacionamento eletrônico.
Segundo a AutoEsporte, o uso de materiais macios ao toque, costuras aparentes bem alinhadas e iluminação ambiente com 48 opções de cores foram pontos valorizados pelos jurados. Detalhes gravados a laser no painel reforçam a sensação de refinamento.
O Boreal soma até 24 sistemas de assistência ao motorista, incluindo alerta de ponto cego, piloto automático adaptativo, assistente de centralização e de mudança de faixa, além da frenagem autônoma de emergência. Assim como os rivais, oferece seis airbags.
O Boreal usa o conhecido 1.3 turbo flex de quatro cilindros do Duster, com até 163 cv e 27,5 kgfm. O câmbio é automatizado de dupla embreagem com seis marchas. No papel, perde em potência para Compass e Corolla Cross, que entregam 176 cv e 175 cv, mas nos testes a aceleração de 0 a 100 km/h ficou em 9,5 segundos, melhor que os 9,8 segundos registrados pelos concorrentes.
A faixa de preço entre R$ 179.990 e R$ 214.990, somada ao pacote de equipamentos, ajudou a reforçar a percepção de vantagem. Enquanto o Compass começa mais barato, chega a R$ 264.990 na versão mais equipada. O Corolla Cross vai de R$ 188.990 a R$ 219.890. Dentro dessa disputa, o Boreal entrega mais sem ultrapassar o limite superior dos rivais.
O bicampeonato da Renault, que já havia vencido com o Kardian no ano anterior, mostra que a marca encontrou um caminho consistente no segmento. O Boreal não é o mais potente, nem o mais barato, mas equilibra espaço, equipamentos, segurança e eficiência em um pacote coerente para o momento atual do mercado.