A Luxeed V9 estreia com airbag-capacete integrado aos bancos e muda o padrão de segurança das minivans de luxo, ao anunciar lançamento no primeiro semestre de 2026, levando para o uso cotidiano uma solução inédita que promete proteger passageiros mesmo com poltronas totalmente reclinadas, fruto da parceria com a Huawei e a Chery, e que reposiciona esse tipo de veículo como objeto central do mercado premium chinês.
O ponto que mais chama atenção no material oficial é o airbag em formato de “capacete”, integrado aos bancos, anunciado como inédito em um veículo de produção em série. A ideia nasce de uma cena comum no segmento de minivans premium na China, passageiros viajando como se estivessem em uma sala VIP, com assentos individuais inclinados ao máximo, e a necessidade de que a proteção funcione de verdade nesse tipo de postura, não só na posição tradicional de sentar. No V9, o acionamento parte do próprio assento, envolvendo a cabeça para limitar o deslocamento e, ao mesmo tempo, lidar com as forças do impacto de forma a reduzir a sobrecarga no corpo, com atenção também à região lombar.

Segundo o Carnewschina, a tecnologia foi desenvolvida pela Yanfeng e aparece casada com o pacote de assistência ao motorista, o ADAS. A lógica descrita é de reação antes do choque: ao perceber uma colisão iminente, o sistema reposiciona os bancos automaticamente para uma postura considerada mais segura, e então dispara o airbag integrado ao assento. É um detalhe que não fica só no marketing de segurança, porque entra direto na forma como as minivans de alto padrão são usadas na prática, viagens longas, cabine silenciosa, gente deitada, e a expectativa de que o carro proteja mesmo quando o corpo não está “pronto” para um impacto.
Por trás dessa solução, a Luxeed tenta consolidar um degrau acima do que já vende hoje. A marca, que já comercializa o sedã S7 e o SUV R7, divulgou 81.391 entregas entre janeiro e novembro de 2025, e agora mira um território em que minivan não é carro de família, é vitrine de luxo. No mercado chinês, esse tipo de modelo ganhou status de objeto premium, e o V9 é apresentado como resposta direta para enfrentar concorrentes já consolidados, com a vantagem de carregar o peso tecnológico do ecossistema Huawei e a engenharia industrial da Chery.
A base anunciada para essa minivan é a plataforma modular E0X-L, da Chery. A Luxeed descreve um porte grande, com mais de 5,3 m de comprimento e um entre-eixos voltado para espaço interno, como se a prioridade fosse transformar a segunda fileira no centro da experiência. A arquitetura elétrica também entra como cartão de visitas: sistema de alta tensão de 800V fornecido pela Huawei, com duas configurações previstas, uma versão elétrica e outra elétrica com motor a gasolina atuando como extensor de autonomia. As baterias, segundo o que foi informado, serão da CATL. Potência e torque ainda não foram divulgados, mas a própria plataforma é apresentada como capaz de suportar configurações de alto desempenho e carregamento ultrarrápido, um recado para quem mede valor também no tempo de recarga e na entrega de força em um veículo desse tamanho.
Dentro da cabine, o V9 é descrito com o vocabulário de “primeira classe” que virou assinatura desse segmento. A segunda fileira aparece com poltronas individuais de gravidade zero, acompanhadas por concentrador de oxigênio, refrigerador de grande capacidade e telas individuais, um conjunto que tenta transformar cada passageiro em usuário principal do carro. É uma mudança de foco que, no fim, também conversa com segurança, quanto mais a cabine incentiva relaxamento e reclinação total, maior o desafio de proteger o corpo quando algo dá errado.

Na frente tecnológica, a Luxeed posiciona o V9 como plataforma pronta para autonomia mais avançada. O modelo é ligado ao sistema Huawei Qiankun ADS e a um novo LiDAR de 192 linhas, com hardware declarado como preparado para condução autônoma de Nível 3, permitindo que o motorista delegue funções em rodovias e situações específicas de tráfego. No papel, isso coloca a minivan na mesma conversa dos lançamentos mais ambiciosos do mercado chinês, onde o luxo já inclui a possibilidade de soltar parte da direção e deixar o carro administrar o caminho em cenários controlados.
O V9, no fim, chega carregando uma expectativa que vai além de ficha e telas: se a cabine convida todo mundo a reclinar, relaxar e confiar na automação, o teste real vai acontecer quando o trânsito apertar e o carro tiver de decidir sozinho o que é iminente, rápido o bastante para reposicionar bancos e inflar um capacete de ar na fração de segundo certa, sem assustar quem está dormindo na segunda fileira.