O Volkswagen Virtus Sense é o tipo de carro que faz você questionar: por que gastar mais quando você pode ter quase tudo por bem menos? Este sedã turbo de entrada da Volkswagen vem com a promessa de ser o modelo mais barato da categoria, mas será que realmente vale a pena pagar tão pouco por um sedã de aspecto básico? Vamos ser sinceros, a Volkswagen cortou algumas arestas, mas o Virtus Sense ainda tem o que é necessário para fazer o trabalho — se você souber onde olhar.
Pontos Principais:
Por fora, ele até parece decente, mas não espere luxos. Faróis de LED? Sim, claro, mas, ao mesmo tempo, você vai encontrar calotas de 15” e maçanetas sem pintura, o que não exatamente faz seu coração bater mais rápido. No interior, o contraste é gritante: enquanto o quadro de instrumentos digital tenta dar aquele toque moderno, a central multimídia foi cortada, e no lugar você tem um simples sistema de som com USB e Bluetooth. No final das contas, o que você tem é um carro que foca no essencial — e nada mais.
Agora, o que realmente importa aqui é a performance. E, meu amigo, o Virtus Sense não decepciona. Com seu motor 1.0 turbo de 116 cv e câmbio manual de 5 marchas, o modelo não é só econômico, é divertido de dirigir. Ele acelera rápido, tem uma suspensão firme que deixa o carro estável, e, para ser honesto, até faz você esquecer dos cortes de conforto e tecnologia. O Volkswagen Virtus Sense é um exemplo clássico de como a engenharia pode fazer muito com pouco, mas sem deixar de ser prazeroso.
No exterior, o Virtus Sense apresenta um visual simples, mas funcional. Embora mantenha elementos importantes, como os faróis e lanternas de LED, a versão de entrada faz alguns cortes em seu acabamento para reduzir custos. As maçanetas e retrovisores não são pintados na cor do veículo, e as rodas de liga leve são substituídas por calotas de 15” na cor preta. A paleta de cores é limitada, com opções de branco, preto, prata, cinza e azul.
Dentro do carro, a economia se faz ainda mais presente. A ausência de uma central multimídia, que é substituída por um sistema de som com conexões USB e Bluetooth, é uma das maiores limitações. A tela central é monocromática e bem simples. O quadro de instrumentos é digital, mas também não oferece grandes recursos. O ar-condicionado, embora presente, é do tipo analógico, e a chave de ignição não é presencial, mas do tipo canivete.
Apesar de algumas falhas em termos de tecnologia, o espaço interno é um ponto forte do Virtus Sense. Ele oferece bastante conforto, especialmente para quem viaja no banco traseiro, com amplo espaço para as pernas e cabeça. No entanto, a falta de saídas de ar-condicionado e portas USB no banco traseiro pode ser um incômodo para quem transporta passageiros com frequência.
O motor 1.0 turbo do Virtus Sense é um dos destaques da versão. Com 116 cv e 16,8 kgfm de torque, ele entrega um bom desempenho, especialmente nas primeiras marchas, que possuem relações curtas, proporcionando uma condução ágil e agradável tanto na cidade quanto na estrada. Nos testes realizados, o Virtus Sense foi de 0 a 100 km/h em 11,4 segundos, o que é um número impressionante para um sedã dessa categoria.
A transmissão manual de 5 marchas, embora simples, é eficiente. As relações de marcha são pensadas para proporcionar uma boa economia de combustível, e o Virtus Sense se destaca nesse quesito. Em testes, o modelo fez 14,7 km/l na cidade e impressionantes 19,5 km/l na estrada, números superiores aos de seus concorrentes diretos, como o Onix Plus e o HB20S, que possuem câmbio automático.
Com um comportamento dinâmico bem equilibrado, o Virtus Sense se mostrou estável, mesmo em velocidades mais altas ou ao enfrentar ondulações no asfalto. A suspensão tem um ajuste firme, proporcionando uma condução mais estável sem comprometer o conforto. Mesmo em condições de rodovias e aclives acentuados, o modelo mantém um bom desempenho, embora em situações mais exigentes o motorista precise reduzir marchas para maior agilidade.
Em termos de segurança, o Virtus Sense não deixa a desejar, oferecendo um conjunto de equipamentos essenciais. O modelo vem de série com seis airbags, piloto automático com limitador de velocidade e assistente de partida em rampa. Embora esses itens atendam às exigências básicas de segurança, o modelo peca na ausência de sensores de estacionamento e câmera de ré, recursos que têm se tornado cada vez mais comuns em carros dessa faixa de preço.
A direção elétrica e os freios a disco (traseiros) e a tambor (dianteiros) contribuem para um comportamento de direção mais eficiente e seguro. No entanto, a falta de alguns recursos modernos, como o assistente de estacionamento ou sensores para manobras, pode tornar a experiência de direção menos confortável, especialmente em ambientes urbanos onde o espaço é limitado.
O acabamento interno também não é luxuoso, com o uso predominante de plásticos rígidos e uma única variação de texturas. Não há apoio para os braços nas portas, o que pode ser desconfortável em viagens longas. No entanto, os bancos são confortáveis, embora com revestimentos mais simples, e o porta-malas de 521 litros é bastante espaçoso, sendo um grande atrativo para quem busca um sedã com bom espaço para bagagens.
O Volkswagen Virtus Sense é uma excelente opção para frotistas e empresas que buscam um sedã econômico e de bom desempenho a um preço competitivo. Embora o modelo deixe a desejar em termos de conforto e tecnologia, como a ausência de central multimídia, sensores de estacionamento e câmera de ré, ele compensa com sua mecânica eficiente e bom espaço interno.
Para consumidores particulares, o Virtus Sense pode ser uma opção atraente, mas é importante avaliar se as economias feitas pela Volkswagen em itens de conforto e tecnologia são aceitáveis, especialmente quando comparado a versões superiores do próprio Virtus e a concorrentes diretos. Para quem está disposto a abrir mão de algumas comodidades, o Virtus Sense oferece um bom custo-benefício.
Fonte: Motor1, AutoEsporte e QuatroRodas.