O Volkswagen Tera é vendido como SUV, mas a versão MPI não cumpre os critérios oficiais para isso. O Inmetro classifica esse acabamento como carro médio porque ele não atinge os ângulos e a altura mínima exigidos para entrar na categoria de utilitários esportivos.
O ponto técnico que define essa diferença está nos pneus. O VW Tera MPI usa o conjunto 185/65 R15, com cerca de 62 cm de diâmetro. Isso reduz a distância livre do solo e compromete ângulos de ataque, saída e transposição de rampa. Já as versões TSI, Comfort e High, todas com rodas de 16 ou 17 polegadas que chegam a 65 cm ou 66 cm de diâmetro, cumprem quatro dos cinco requisitos que o Inmetro exige. O rack de teto não influencia, ele está presente em todas.

Segundo o Uol, essa distinção reposiciona o MPI diante dos rivais. Ele disputa espaço com compactos médios como Polo, Onix, City e Versa, enquanto as versões turbo do Tera estão alinhadas ao segmento dos SUVs compactos onde atuam Nivus, Renegade, Kardian e até o Kwid, que também atende às regras do instituto. Na prática, o comportamento dinâmico do MPI é mais próximo de um hatch elevado do que de um utilitário esportivo.
Para quem pensa em corrigir isso instalando rodas maiores, a consequência é direta. O MPI usa rodas com quatro parafusos, e as outras versões usam cinco. Mesmo que fosse possível adaptar, os sistemas eletrônicos de estabilidade, tração e ABS perderiam precisão porque foram calibrados para o diâmetro original. Além disso, a regra permite apenas até 3% de diferença no diâmetro do pneu e as medidas das versões superiores passam de 5%.
O Tera MPI funciona melhor quando respeitado em sua proposta. Ele entrega o que oferece no papel e não precisa ser forçado a parecer um SUV. O ajuste técnico que falta para entrar na categoria também mudaria o próprio caráter do carro, e é exatamente isso que o comprador deve considerar ao escolher entre ele e as versões turbo.